1944
Nesta mensagem, apenas os artigos de 1944, as capas a cores ficam para outra vez.
Neste domínio, constata-se um retraimento da SINAL quanto aos temas originais, ou exclusivos, da edição portuguesa. Nos 7 primeiros números de 1944 há apenas dois relativos a temas portugueses, embora haja outros exclusivos da SINAL Po.
Curiosamente, a edição portuguesa continuará a ser luxuosa: além das capas a cores exclusivas das edições Po e Sp (note-se que a “nossa” mantém o título SINAL, que obriga a parte gráfica a maior trabalho e despesa), a revista vai ter as célebres páginas a cor extra, intercaladas no local habitual.
As imagens são dos artigos dos seguintes números:
6. “Uma excursão à Praia do Sol“, artigo de Leopold Fiedler relatando uma ida à praia da Caparica.
7. “Verde – Gaio“, artigo de Leopold Fiedler. O “grupo coreográfico” que é objecto deste artigo é um produto típico da acção propagandística e culturalmente dirigida de alguns meios do Estado Novo. Sempre ouvi e li acerca dele coisas muito más quer quanto à qualidade, quer quanto ao fundo cultural (musical e coreográfico). No entanto, o grupo, que suponho viria a terminar em 1950, representou um trabalho importante, ainda que de qualidade não profissional: esta viria apenas com o Grupo Gulbenkian de Bailado iniciado em 1960.
Excertos de textos de outros sites acerca do “Verde Gaio”:
“Verde Gaio
O “Verde Gaio” foi criado a partir de 1940, sobretudo devido à perseverança de António Ferro, que fora um apreciador dos Ballets Russes, mentor do Teatro Novo e que ocupava o cargo de secretário da Propaganda Nacional. Para ele, esta seria a afirmação da portugalidade. Em Novembro de 1940, integrados no quadro “Exposição do Mundo Português”, patrocinado pela Comissão dos Centenários, orientado pelo Secretariado da Propaganda Nacional, os “Bailados Portugueses Verde Gaio” faziam a sua apresentação no Teatro da Trindade, perante o Presidente da República. Dançaram bailados como Lenda das Amendoeiras, com música de Jorge Croner de Vasconcelos, cenários e figurinos de Maria Keil do Amaral; o Muro do Derrete, cujo autor da música era Frederico Freitas com cenários e figurinos de Paulo Ferreira. Finalmente, Ruy Coelho compôs a música de Inês de Castro e José Barbosa assinou os cenários e figurinos.
A crítica foi sempre muito benevolente apesar do rigor técnico muitas vezes não corresponder aos elogios prestados.
O “Verde Gaio” trabalhava todo o ano no Teatro de S. Carlos onde possuía o seu estúdio privativo, camarins, etc. E funcionava durante a temporada lírica como corpo de baile, mas terminada a temporada readquiriam a sua independência.
O Círculo de Iniciação Coreográfica também colaborava nos bailados das óperas mas, tanto num caso como no outro, a qualidade nunca foi a de uma companhia profissional.
Assim, em 1960, improvisou-se um novo grupo – O Grupo Experimental de Bailado, que viria, posteriormente a chamar-se Grupo Gulbenkian de Bailado.”
(do site http://www.citi.pt/cultura/bailado/bailarinos/olga_roriz/verde.html )
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“O Grupo de Bailados Portugueses “Verde Gaio” surgiu no início da década de 40, concretizando um antigo sonho do então director do Secretariado de Propaganda Nacional, António Ferro, inspirado nos “ballets russes”. A estreia da companhia, no Teatro da Trindade, fez parte do programa da dupla comemoração dos Centenários da Fundação de Portugal e da Restauração da Independência.
Ao longo de toda essa década, os bailados da companhia procuram recriar as danças populares, os trajes tradicionais e os costumes nacionais. Para o “Verde Gaio” trabalharam grandes nomes do panorama artístico e cultural da época, como Mily Possoz, Paulo Ferreira, Maria Keil, o já referido José Barbosa, e Thomaz de Melo (Tom). Do corpo de bailado, o par principal era constituído por Francis Graça, grande bailarino e coreógrafo, e pela alemã Ruth Walden.
A Nazaré, com o seu mar, as suas gentes e as suas dores, foi representada em dois bailados: “Imagens da Terra e do Mar”, apresentado em 1943, no Teatro Nacional de S. Carlos, com argumento de António Ferro, coreografia de Francis, música de Frederico de Freitas e cenário de Carlos Botelho, figurinos e cortinas de Paulo Ferreira; e “Nazaré”, apresentado em 1948, no Teatro Nacional de S. Carlos, com argumento e coreografia de Francis, música de Frederico de Freitas e cenários e figurinos de José Barbosa.
Este bailado foi um dos bailados mais conseguidos de Francis, e também um dos últimos criados pelo “Verde Gaio”.
Em 1949, os bailados “Imagens da Terra e do Mar” e “Nazaré” foram apresentados em Paris, no Théâtre dês Champs-Élysées, com grande sucesso.
A exposição “Nazaré e a Companhia Portuguesa de Bailado Verde Gaio (1940-1950)” é uma organização do Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso e da Câmara Municipal da Nazaré, com a colaboração do Museu Nacional do Teatro, a quem pertence, actualmente, o espólio da companhia de bailado.”
(do site http://www.oesteonline.pt/noticias/noticia.asp?nid=9404 )
Augusto Mouta