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30
Mar
10

A SINAL e Portugal 4: 1944, os artigos / SIGNAL and Portugal 4: 1944, the articles

1944

Nesta mensagem, apenas os artigos de 1944, as capas a cores ficam para outra vez.

Neste domínio, constata-se um retraimento da SINAL quanto aos temas originais, ou exclusivos, da edição portuguesa. Nos 7 primeiros números de 1944 há apenas dois relativos a temas portugueses, embora haja outros exclusivos da SINAL Po.

Curiosamente, a edição portuguesa continuará a ser luxuosa: além das capas a cores exclusivas das edições Po e Sp (note-se que a “nossa” mantém o título SINAL, que obriga a parte gráfica a maior trabalho e despesa), a revista vai ter as célebres páginas a cor extra, intercaladas no local habitual.

As imagens são dos artigos dos seguintes números:

6. “Uma excursão à Praia do Sol“, artigo de Leopold Fiedler relatando uma ida à praia da Caparica.

7. “Verde – Gaio“, artigo de Leopold Fiedler. O “grupo coreográfico” que é objecto deste artigo é um produto típico da acção propagandística e culturalmente dirigida de alguns meios do Estado Novo. Sempre ouvi e li acerca dele coisas muito más quer quanto à qualidade, quer quanto ao fundo cultural (musical e coreográfico). No entanto, o grupo, que suponho viria a terminar em 1950, representou um trabalho importante, ainda que de qualidade não profissional: esta viria apenas com o Grupo Gulbenkian de Bailado iniciado em 1960.

Excertos de textos de outros sites acerca do “Verde Gaio”:

“Verde Gaio

O “Verde Gaio” foi criado a partir de 1940, sobretudo devido à perseverança de António Ferro, que fora um apreciador dos Ballets Russes,  mentor do Teatro Novo e que ocupava o cargo de secretário da Propaganda Nacional. Para ele, esta seria a afirmação da portugalidade. Em Novembro de 1940, integrados no quadro “Exposição do Mundo Português”, patrocinado pela Comissão dos Centenários, orientado pelo Secretariado da Propaganda Nacional, os “Bailados Portugueses Verde Gaio” faziam a sua apresentação no Teatro da Trindade, perante o Presidente da República. Dançaram bailados como Lenda das Amendoeiras, com música de Jorge Croner de Vasconcelos, cenários e figurinos de Maria Keil do Amaral; o Muro do Derrete, cujo autor da música era Frederico Freitas com cenários e figurinos de Paulo Ferreira. Finalmente, Ruy Coelho compôs a música de Inês de Castro e José Barbosa assinou os cenários e figurinos.

A crítica foi sempre muito benevolente apesar do rigor técnico muitas vezes não corresponder aos elogios prestados.

O “Verde Gaio” trabalhava todo o ano no Teatro de S. Carlos onde possuía o seu estúdio privativo, camarins, etc. E funcionava durante a temporada lírica como corpo de baile, mas terminada a temporada readquiriam a sua independência.

O Círculo de Iniciação Coreográfica também colaborava nos bailados das óperas mas, tanto num caso como no outro, a qualidade nunca foi a de uma companhia profissional.

Assim, em 1960, improvisou-se um novo grupo – O Grupo Experimental de Bailado, que viria, posteriormente a chamar-se Grupo Gulbenkian de Bailado.”

(do site http://www.citi.pt/cultura/bailado/bailarinos/olga_roriz/verde.html )

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“O Grupo de Bailados Portugueses “Verde Gaio” surgiu no início da década de 40, concretizando um antigo sonho do então director do Secretariado de Propaganda Nacional, António Ferro, inspirado nos “ballets russes”. A estreia da companhia, no Teatro da Trindade, fez parte do programa da dupla comemoração dos Centenários da Fundação de Portugal e da Restauração da Independência.

Ao longo de toda essa década, os bailados da companhia procuram recriar as danças populares, os trajes tradicionais e os costumes nacionais. Para o “Verde Gaio” trabalharam grandes nomes do panorama artístico e cultural da época, como Mily Possoz, Paulo Ferreira, Maria Keil, o já referido José Barbosa, e Thomaz de Melo (Tom). Do corpo de bailado, o par principal era constituído por Francis Graça, grande bailarino e coreógrafo, e pela alemã Ruth Walden.

A Nazaré, com o seu mar, as suas gentes e as suas dores, foi representada em dois bailados: “Imagens da Terra e do Mar”, apresentado em 1943, no Teatro Nacional de S. Carlos, com argumento de António Ferro, coreografia de Francis, música de Frederico de Freitas e cenário de Carlos Botelho, figurinos e cortinas de Paulo Ferreira; e “Nazaré”, apresentado em 1948, no Teatro Nacional de S. Carlos, com argumento e coreografia de Francis, música de Frederico de Freitas e cenários e figurinos de José Barbosa.

Este bailado foi um dos bailados mais conseguidos de Francis, e também um dos últimos criados pelo “Verde Gaio”.

Em 1949, os bailados “Imagens da Terra e do Mar” e “Nazaré” foram apresentados em Paris, no Théâtre dês Champs-Élysées, com grande sucesso.

A exposição “Nazaré e a Companhia Portuguesa de Bailado Verde Gaio (1940-1950)” é uma organização do Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso e da Câmara Municipal da Nazaré, com a colaboração do Museu Nacional do Teatro, a quem pertence, actualmente, o espólio da companhia de bailado.”

(do site http://www.oesteonline.pt/noticias/noticia.asp?nid=9404 )

Augusto Mouta

30
Mar
10

SINAL e portugal: artigos não publicados em português / SIGNAL and Portugal: articles not published in portuguese edition

Durante o ano de 1943, saíram na SIGNAL dois artigos sobre Portugal que não tiveram “direito” a sair na edição portuguesa. Ambos são da autoria de Leopold Fiedler, e em ambos há alguma relação com outros artigos que saíram na SINAL, exclusivamente na edição portuguesa.

Nas imagens, temos:

1. O artigo da edição alemã número 15, “Die SIGNAL berichter notierte… Portugal”. Note-se que a fotografia da rapariga pertence à mesma sequência (mas não é a mesma) de outra publicada no artigo “Portugal sabe precaver-se”, que saiu exclusivamente na SINAL .º 18 de 1943.

2. Artigo do número 22, “Von Coimbra bis Petsamo”, em três edições: a original alemã, a inglesa (pelo menos nesta muitos a podem ler) e a sérvia. Embora não tenha saído em muitas edições, é curioso que não esteja na portuguesa.

Augusto Mouta

26
Mar
10

SINAL e Portugal 3: 1943/ SIGNAL and Portugal 3: 1943

1943

Este ano trouxe um grande número de artigos com interesse. Apresento uma galeria de imagens dos artigos acerca de Portugal que, não sendo exaustiva, é no entanto muito representativa.

Na galeria de imagens estão as seguintes páginas, por ordem do número em que saíram:

1. “Os frequentadores do Rossio“. Autor não identificado, mas possivelmente Leopold Fiedler.

2. “Crianças no filme“. Uma interessantíssima foto-reportagem de Leopold Fiedler sobre o filme “Aniki – Bóbó”, de Manoel de Oliveira.

4. “Portugal dos pequeninos“. Uma foto-reportagem acerca do parque que ainda hoje existe em Coimbra. Uma das fotos desta reportagem viria a ilustrar o artigo “Von Coimbra bis Petsamo” saído na SIGNAL n.º 21 de 1943 em muitas edições, mas não na portuguesa (ver mensagem específica).

6. “Impudor sem nome“. Sem comentários…

8. Ampliação dos vestígios da excisão das páginas com o artigo “A portuguesa de 1943“.

9. “O Conde da Torre dá recepção“. Reportagem de Leopold Fiedler. Notar a presença de membros relevantes da comunidade alemã em Portugal, como o ministro Barão Hoyningen-Huene, e o ministro italiano Fronzoni.

10. “Portugal pertence à Europa“. Artigo do Dr. Herculano Eça. Note-se a magnífica vista da Ribeira do Porto.

11. “Lagostas no Cabo da Roca… e pesca no mar de Azov”. Reportagem de Leopold Fiedler na parte realizada em Portugal. Uma das fotografias tiradas por Leopold Fiedler no âmbito deste artigo, exclusivo da edição portuguesa, veio a ser a contracapa do número 21 de 1943, da edição internacional excepto a italiana. A rapariga e o seu casaco são facilmente reconhecíveis.

14. “A portuguesa de 1943“, artigo do Dr. Herculano Eça, e “Torres Novas“, de Leopold Fiedler.

15. A página a cores “Entronização em Bamberg“. O artigo correspondente a preto e branco, saiu em diversas edições.

17. “Ajuramentação da Legião Portuguesa“. Curiosamente, também a edição espanhola publicou este artigo. Autor não identificado, mas presumivelmente Leopold Fiedler.

18. “Passeio em Lisboa” de Giselher Wirsing, interessantíssimo artigo redigido quando da segunda visita a Portugal; “Portugal sabe precaver-se“, de Leopold Fiedler. Curiosamente, uma das fotografias deste artigo, a da rapariga,  está relacionada com outra, diferente mas da mesma sequência,  que foi publicada num artigo sobre Portugal, “Der SIGNAL berichter notierte… Portugal” que saiu no número 15 de 1943 da edição alemã, mas que não veio a ser publicado na edição portuguesa (ver mensagem específica).

19. “Um pintor português em Berlim” e “Três aguarelas“. Reportagem acerca de Carlos Carneiro, pintor do Porto, a propósito de uma exposição de trabalhos seus realizada em Berlim, promovida pelo Iberoamerikanische Institut.

21. “Símbolos do Império Português“. Excelente reportagem de Leopold Fiedler. “Fazendo a sesta. Um aspecto de Lisboa“, contracapa com fotografia de Leopold Fiedler que pertence à sequência do artigo “Lagostas no Cabo da Roca… e pesca no mar de Azov“, publicado exclusivamente no número 11 de 1943 da edição portuguesa. A legenda é que não faz muito sentido…

22. “Audiência em Belém“, da autoria do Dr. Gerhart Thimm. “O cavalo Málaga”, artigo de Leopold Fiedler.

23. CapaOs sem – número“, fotografia anónima mas presumivelmente de Leopold Fiedler, tal como o correspondente artigo nas páginas interiores. Artigo anónimo “Os sem número“, relativo aos marinheiros mercantes naufragados próximo às costas de Portugal. Oportunamente inserirei uma mensagem acerca de diversas edições deste artigo. “Écran encantador“, anónimo. “O filme alemão em Portugal“, de Leopold Fiedler. Registe-se que a actriz Marikka Rokk, que já anteriormente tivera direito a foto de página inteira na SIGNAL, era uma das favoritas do público português, e muitos, como o meu pai, já passados muitos anos ainda se lembravam bem do seu nome.

Augusto Mouta

22
Mar
10

Sinal e Portugal 2: 1942 / SIGNAL and Portugal 2: 1942

No ano de 1942, Portugal esteve presente nas páginas da SINAL em diversas reportagens. Apresento uma galeria de imagens dos artigos acerca de Portugal que, não sendo exaustiva, é no entanto muito representativa.

Na galeria de imagens estão as seguintes páginas, por ordem do número em que saíram:

1. ContracapaO dia duma pequena varina” e artigo “O dia duma pequena “varina”“, ambos da autoria de Leopold Fiedler.

6. “Soldados norte-americanos na Islândia dinamarquesa… e soldados portugueses para os seus Açores“, reportagem de Leopold Fiedler para a parte portuguesa. Comparação entre o cinismo da ocupação militar pelos EUA de território pertencente à Dinamarca com o reforço da guarnição militar portuguesa nos Açores. Tema já abordado no n.º 12 de 1941.

8. “… e vinho velho para beber” e “Hino ao Vinho do Porto“, foto-reportagem de Leopold Fiedler.

14. Fotografia a cores pescadores da Nazaré.

18. “Traços fisionómicos imperecíveis“. Célebre pequeno artigo!

19. “Entre seis graus de latitude“, anónimo. “Sardinhas“, foto-reportagem realizada na Nazará (ver também fotografia a cores do n.º 14) anónima mas tal como a anterior presumivelmente realizada por Leopold Fiedler.

20. “Cortiça para a Europa” foto-reportagem de Leopold Fiedler.

22. “Visita de portugueses à Frente Leste alemã“. Interessantíssima foto-reportagem presumivelmente do PK Pincornelly e continuada no número seguinte, acerca da visita de uma delegação militar que teve lugar em Novembro de 1941. Entre os presentes encontrava-se o futuro Marechal António de Spínola, que foi um dos mais importantes comandantes portugueses da Guerra Colonial (Guiné) e Presidente da República, o primeiro após o 25 de Abril.

23. “Portugal estuda na Frente Leste“, foto-reportagem do PK Pincornelly, continuação do numero anterior. “Lisboa Cidade que ressurgiu“, de Norberto de Araújo. “Últimas novidades sem perda de tempo” e “Cortiça – na Alemanha“, ambos anónimos. Contracapa “1, 2, 3…“, exclusiva das edições portuguesa e espanhola, sendo a fotografia do célebre A. Zucca, de Paris.

21
Mar
10

SIGNAL e Portugal 1: 1941 / SIGNAL and Portugal 1: 1941

A revista SIGNAL teve com Portugal uma relação algo complexa. Por um lado, os seus conteúdos apenas viriam a dar maior relevo a temas relativos ao nosso país já bem entrado o ano de 1941. Por outro lado, a inclusão de artigos com temas específicos de Portugal teria lugar quando o nosso país já tinha derivado definitivamente para fora da possibilidade de uma influência alemã decisiva, após os acordos de meados de 1942 que culminaram na cedência de bases e facilidades nos Açores, e a aquisição de material bélico preferencialmente aos ingleses (tanques Valentine, aviões Spitfire, Hurricane e Beaufighter, etc.).

Apesar de pouco contar para a geo-estratégia alemã, Portugal ainda tinha vastas colónias espalhadas pelo mundo (uma delas, Timor, envolvida na guerra após a ocupações australiana e posteriormente japonesa, que havia que gerir diplomaticamente), e matérias primas para vender, além de servir de plataforma de circulação neutra utilizada por todos os beligerantes.

Assim, esta mensagem é a primeira de cinco em que iremos analisar, ano a ano, o que a SIGNAL/ SINAL publicou acerca de Portugal.

1941

Este é o ano do arranque da SINAL, edição em português da SIGNAL. O número 12 é o primeiro, inicialmente impresso em Berlim. A partir do número seguinte, viria a ser impresso em Paris, na casa Curial-Archereau, a partir de matrizes enviadas pela Deutscher Verlag.

Coloquei uma fotografia dum exemplar em óptimo estado de conservação, raro neste estado.

Curiosamente, o primeiro e maior artigo dedicado a Portugal nesse ano saiu no número 8.

Vai aqui na íntegra, na versão francesa. O correspondente de serviço é o Dr. Kurt Zentner, antecessor de Leopold Fiedler e (por um artigo apenas) Giselher Wirsing (sim senhor, esteve cá por duas vezes e faria crónica da segunda vez, em 1943).

O artigo tem um tom paternalista, sintetizando a vida e o país como atrasado (pesca e agricultura artesanais), estando a iniciar a senda industrial (o edifício do Técnico em Lisboa, recém inaugurado), o prestígio da Alemanha (até o carro do Embaixador inglês é alemão) e uma “vida de cigarra” (“Le portugais vit au café”, o português vive no café!).

Decididamente, falta qualquer coisa. Leopold Fiedler viria a passar uma imagem mais profunda, mas também mais intencionada, nos anos seguintes.

No próprio número inaugural da SINAL, saiu uma fotografia legendada, onde são mostradas tropas portugueses a embarcar para reforçar o contingente nos Açores: o governo decidira que em caso de invasão se refugiaria lá. A foto, de Leopold Fiedler, mostra a tribuna, onde está Salazar.

Augusto Mouta

21
Mar
10

Um lapso da SIGNAL / One mistake of SIGNAL

(English version below)

A SIGNAL cometeu no seu número 14 de 1941 um lapso, que consistiu em ter identificado o cantor Francisco d’Almeida como espanhol, quando na realidade era português. O artigo, intitulado na edição Po “O eterno incompreendido Don Juan”, mereceu mesmo uma página a cores reproduzindo um quadro que representa o cantor.

A SIGNAL não corrigiu o seu erro senão na edição portuguesa para Portugal através de uma pequena tarjeta solta que seria inserida na página a que respeitava. Na totalidade das outras edições a rectificação não foi feita.

A desculpa apresentada pela Deutscher Verlag é muito má, e de facto não é uma justificação séria.

Neste período, sabe-se que uma grande parte da edição em português, que já era impressa na casa Curial-Archereau de Paris desde o número anterior, ia para o Brasil, e tal situação seria mantida ainda por alguns meses. Mas ignora-se se esta tarjeta lá ia também.

De qualquer modo, uma vez que muitos coleccionadores nunca a viram apresento-a aqui.

Augusto Mouta

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SIGNAL made a mistake in it’s number 14 of 1941, which consisted in having identified the singer Francisco d’Almeida as being spanish when he was in fact portuguese. The article titled “The ethernal Don Juan” was honored with a colour page representig a painting of the singer.

SIGNAL didn’t rectify the error except for the portuguese edition for Portugal through a small sheet inserted in the respective page. In all others, the sheet is missing.

The excuse presented, being a very large diffusion magazine is very bad indeed, and not convincing.

By this time, the Po edition was made in Curiaç-Archereau in Paris since the preceding number, and many were being sent to Brazil. It is not known if the sheet was present in the magazines sent there.

Anyway, I know that most collectors don’t know about this, so I show it here.

Augusto Mouta

21
Mar
10

SIGNAL italiana, final de 1944/ SIGNAL late 1944 italian edition

(English text below)

Esta mensagem trata de uma questão curiosa acerca da SIGNAL edição italiana em finais de 1944.

Durante o ano de 1944, o custo da SIGNAL subiu mais de uma ocasião, em todas as áreas onde era vendida.

É sabido que o ensaio de capas a cores foi feito em Portugal e em Espanha, e que foi um sucesso. A Deutscher Verlag contava com este sucesso comercial, e a partir do número 7 inclusive a SIGNAL passou a ter capas a cores em todas as edições, com exclusão da Russa. O aumento de preço correspondente às novas capas a cores não teve lugar ao mesmo tempo em toda a parte. No caso da Itália, o aumento foi efectuado na transição do número 9 (3 Liras) para o 10 (4 Liras). Deste número até ao 19, o preço seria de 4 Liras, afixado no disco vermelho da capa.

No entanto, a partir do número 17 de 1944 e até ao número 1 de 1945 passou a existir uma situação dúplice: as revistas eram impressas com o preço 4L no disco vermelho, mas passou a vigorar o preço de 6L. Nos números 17 e 18, foram colados discos verde claro com a menção 6L sobre os vermelhos, tapando o preço 4L. Nos números 19 de 1944 e 1 de 1945 a menção 4L passou a ser tapada com uma barra preta e o novo preço 6L dentro do disco vermelho.
Mas para tornar as coisas confusas, aparecem também exemplares com o preço 4L destapado, parecendo que circularam paralelamente!

Nas fotografias, exemplares da minha colecção com diversas variantes de marcação: as impressões originais limpas, e diversas variantes de sobreposição do novo preço. Apresento também os números 1 e 2 de 1945, que marca o fim do período de transição.

Alguns estudiosos dizem que havia zonas em que o preço de venda era diferente de outras, umas a 4L outras a 6L; diz-se, ainda, que os de 6L eram vendidos ao público em geral e as de 4L a amigos ou eram ofertas; há ainda quem diga verosimilmente que os de 6L eram os vendidos em banca e os de 4L eram de distribuição aos assinantes. Esta última versão é corroborada por uma entrada na página 3 do número 2 de 1945 que diz que os assinantes de 1944 pagaram por 24 revistas e como o ano de 1944 encerrou com apenas 19, irão receber as primeiras 5 revistas de 1945 integradas no preço da assinatura de 1944.

De qualquer modo, ficam as imagens: de cada número, a impressão original, e as aposições (discos e barras) com os novos preços. Notar as diferentes formas de letras utilizadas. No caso do n.º 17, uma foto com algumas variantes.

Augusto Mouta

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This message deals about a curious matter regarding late 1944 issues of the italian edition.

During 1944 the price of SIGNAL raised more than once, in all the regions where it was sold.

We know that the practical essay of the colour covers was made in Portugal and in Spain, and that it was a success. So from number 7/ 1944 on, all the editions received colour covers, Russian edition excepted. The corresonding raise in price did not take plaxe all at once. In the case of italian edition, it came in the transition from numbrer 9 (3L) to number 10 (4L). From this one until number 19, the price 4L would be stamped on the cover’s red circle.

However, from number 17/ 1944 until number 1/ 45 there was a double situation: the magazines were thus printed, but many received a new price, in the form of light green paper circles (numbers 17 and 18) or printed bars an mention 6L on the red circle.

Tho make things confusing, both situations, clear 4L red circles or 6L papers or bars, appear to have circulated simultaneously.

We don’t know for sure what happened, but I place here for your interest a few photos of magazines from my collection that illustrate the situation. There are a few variantions in letter shape. I place also numbers 1 and 2 of 1945, which marks the end of the transition period.

Augusto Mouta

17
Mar
10

STELIO MILLO, historiador da SIGNAL / STELIO MILLO, historian of SIGNAL

STELIO MILLO

(English version below)

O nome de Stelio Millo aparece frequentemente quando se trata da SIGNAL. Com efeito, este italiano nascido em Trieste em 1 de Setembro de 1927 e falecido em 2003, é o autor de uma das mais conhecidas obras de referência, intitulada SIGNAL DOSSIER e editada pelo autor em Trieste, 1987. No entanto, nos meios culturais italianos ele é sobretudo conhecido pela sua obra “I peggiori anni della nostra vita: Trieste in guerra 1943-1945” de 1989 e pela sua actividade como crítico de banda desenhada, tendo assinado uma vastíssima quantidade de artigos sobre os “fumetti”. Sendo pessoalmente um leitor (e coleccionador, porque não dizê-lo) de banda desenhada desde a infância, conheço desde há algum tempo os seus textos, publicados em revistas, em fanzines e em compilações críticas. Uma das suas vertentes críticas mais fortes é a da política na BD, tanto como autor de textos como de organizador de exposições. A sua participação cívica foi ao ponto de ser eleito deputado pelo seu círculo. É possível encontrar na net muitas referências a artigos da sua autoria, estando acessível online pelo menos um deles, inserido na compilação “Quel fantastico mondo: padri, figli, padrini, padroni e padreterni del fumetto italiano”, da autoria de Gianni Brunoro, Edizioone Dedalo, 1984, e está citado no livro “Il fascismo a fumetti” de Claudio Carabbia (procurar em Google livros sob o nome stelio millo).

Stelio Millo foi galardoado em duas ocasiões com prémios literários. O primeiro, “Premio Critica” em 1970, e o segundo em 1981 pelo seu livro “Il fumetto tradito”, ed. Conti Editore 1980.

Insiro aqui imagens de outro texto acerca dos “quasi fumetti” da Der Adler, publicado no fanzine WOW em 1976.

Uma característica da sua personalidade, que se pode deduzir directamente do título da sua obra acerca de Trieste nos anos finais da guerra, é a sua amargura pela influência negativa do fascismo e da presença alemã em Itália. O meu amigo espanhol Carlos Diez Fernandez foi o primeiro a chamar-me a atenção parta essa faceta, já lá vão uns bons 15 anos, que confirmei posteriormente: a sua paixão pelas revistas do tempo da guerra tem mais que ver com o testemunho da sua época do que com o seu conteúdo.

Assim, o seu trabalho acerca da SIGNAL é notável pelo rigor histórico e pelas informações nele contidas. Essa obra contém, ainda, dados que ainda não foram inteiramente assimilados pelos coleccionadores e estudiosos (que na maioria dos casos não são, em rigor, as mesmas pessoas…), como sejam as capas das edições iraniana e turca… Existe, ainda, um filme (que não tenho nem nunca vi) que o mostra manuseando o único exemplar divulgado do n.º 6 de 1945…

A sua obra e património são hoje preservadas pelas suas filhas, Anna (ela própria autora de estudos interessantes) e Maria Millo, com quem me correspondi brevemente, conservando uma memória de pessoas dignas e bem intencionadas, dedicadas à protecção da memória do seu pai.

Augusto Mouta

Obs.: O livro SIGNAL DOSSIER vai reproduzido na íntegra, em homenagem às suas filhas Maria Pia e Anna Millo, que quiseram recordar e partilhar este estudo do seu pai.

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The name of Stelio Millo arises frequently when SIGNAL is the subject. This italian born in Trieste on 1 September of 1927 and deceased in 2003, is the author of one of the best known reference works, SIGNAL DOSSIER, published by the author in Trieste, 1987. Nevertheless, in italian cultural circles he is best known for his book “I peggiori anni della nostra vita: Trieste in guerra 1943-1945” published in 1989, and for his activity as a comic book critic, having written a huge number of texts about the “fumetti”. As a reader and collector of comics since my infancy, I know his writings from quite a while, which were published in magazines, fanzines and critical compilation books. One of his remarquable critical traits deals with politics in comics. His civic intervention went so far as to become a deputy for his circle. It’s easy to find in the internet references to his articles, at least one being accessible online, inserted on the book “Quel fantastico mondo: padri, figli, padrini, padroni e padreterni del fumetto italiano”, authored by Gianni Brunoro, Edizioone Dedalo, 1984. His name and work are cited in the book  “Il fascismo a fumetti” by Claudio Carabbia (look in Google books under stelio millo).

Stelio Millo was awarded literary prizes twice. The first in 1970 “Premio Critica”, the second in 1981 for his book “Il fumetto tradito”, ed. Conti Editore 1980.

I placed here images about the “quasi fumetti” of Der Adler, published in the fanzine WOW in 1976.

One personal trait that can be deduced from the title of his book about Trieste during the late war years is his bitterness about fascism and the german presence in Italy. My friend Carlos Diez Fernnandez was the first to point that to me, a good 15 years ago, and I later confirmed that. His passion for wartime magazines relates more to their value as documental testimony of an epoch than its speciphic contents.

His work about SIGNAL is remarquable for historical accuracy and the wealth of the information contained in it. That work contains a few things that were not, to this day, entirely integrated by both collectors and scholars (which are not strictly the same people…), such as the covers of the iranian and turkish editions. There is also a film (which I don’t have, and never watched) that shows him handling the sole known example of number 6 of 1945.

His work and patrimony are cared today by his daughters, Anna (herself the author of interesting studies) and Maria Millo, whith whom I corresponded briefly, and kept an image of dignified and good meaning people, dedicated to the protection of their father’s memory.

Augusto Mouta

Obs.: The book SIGNAL DOSSIER is integrally reproduced in hommage to his daughters Maria and Anna, who wished to remember and share her father’s work.

21
Feb
10

SINAL / SIGNAL – Os diferentes artigos da edição portuguesa / The different articles of the portuguese edition

A direcção da SIGNAL tomou a decisão de introduzir temas e artigos específicos em algumas edições seleccionadas, sobretudo no caso de países neutros ou aliados. A grande excepção foi a edição francesa, pois apesar da França e da Bélgica continuarem ocupadas houve um grande número de matérias específicas. Nesta decisão contaram certamente as opiniões dos Ministérios da Propaganda e dos Negócios Estrangeiros, que conseguiram muitas vezes influenciar significativamente a orientação da revista.

Por outro lado, a presença de artigos com temas de Portugal já se tinha verificado, devidos sobretudo à pena do correspondente Leopold Fiedler. E continuará a verificar-se, como veremos, pois a edição alemã irá publicar peças acerca de Portugal que não foram traduzidas para português. Porquê? Mais um daqueles enigmas típicos da SIGNAL…

O arranque das variações nacionais foi aproximadamente simultâneo. A edição da SINAL contou com matérias específicas a partir do número 19 de 1942. Estas diferenças devem considerar-se com referência à edição base, que era obviamente a alemã. Não podem, ainda, ser dissociadas do facto de a edição portuguesa (Po) ser preparada em Berlim para ser impressa principalmente em Paris, o que apresentava do ponto de vista da produção, alguma complexidade.

Com efeito, o acabamento da edição em Berlim era efectuado após a edição mãe (D) estar praticamente concluída, fazendo-se a tradução dos artigos e legendas principais. Era tomada a decisão final relativa às matérias específicas a incluir em cada edição (que já estavam prontas com antecipação) e era fechada a composição e paginação. Após o que as matrizes eram enviadas para Paris.

Esta operação fazia naturalmente atrasar a edição relativamente às edições principais, e há diversas provas disso. Uma delas é o facto de o suplemento relativo à libertação de Mussolini ter sido publicado no número 18 da edição Po, embora tivesse saído nas restantes edições com o n.º 19. Isto representa um atraso, ou melhor um desfasamento, de cerca de duas semanas relativamente às outras edições. Nada indica que a impressão de cada número tenha ocorrido com esse atraso, mas parece que sim. Aliás há referências na imprensa portuguesa da época a este atraso, pelo menos num caso (numa revista que vou procurar para poder citar correctamente) de forma jocosa.

Uma análise detalhada dos conteúdos revela que 32 números entre o n.º 19/ 42 até ao 7/ 44 têm diferenças relativamente à edição alemã, totalizando 88 artigos e 117 páginas da revista. Exclui-se o “incidente” com o n.º 8 de 1943, que obrigou à repetição do seu conteúdo no n.º 14 43.

No entanto, se se verificam essas diferenças, constata-se pela análise efectuada às diferentes edições que existem semelhanças significativas entre a edição portuguesa e a espanhola: cerca de metade dos artigos que são diferentes da edição alemã são partilhados com a SIGNAL espanhola.

Das quatro edições impressas em Paris na Casa Curial – Archereau (onde a edição portuguesa será impressa a partir do seu segundo número, o 13 de 1941), a Po e a Sp são as que contêm maiores afinidades entre si. A edição francesa (F) é das que contêm um maior número de artigos específicos, revelando um grande empenhamento no seu sucesso. De facto, a SIGNAL F será das edições mais rendosas (apesar das enviadas para a Suíça terem sido das que registaram maiores quebras de vendas). Quanto à edição inglesa (E), as suas matérias, pelo menos nos números que possuo, são uma mera tradução da edição D.

ALGUMAS ESTATÍSTICAS

O número de artigos que são diferentes da edição alemã totalizam 88, a que correspondem 117 páginas. Dos artigos referidos, 26 correspondem a temas especificamente portugueses, dos quais somente 2 foram partilhados com a edição Sp . Em contrapartida, os restantes são artigos comuns entre a edição portuguesa e a edição espanhola.

OS ARTIGOS, NÚMERO A NÚMERO

Faz-se em seguida a listagem dos artigos diferentes, bem como uma correlação com outras edições:

19 de 1942

Pág. 25 – “Entre seis graus de latitude” (somente na SINAL).

Págs. 26 a 28 – “Sardinhas” (somente na SINAL).

Código da impressora: DZ210.

20 de 1942

Págs. 25 a 27 – “Entre Madrid e Lisboa” (comum com edição Sp).

Pág. 28 – “Cortiça para a Europa” (também na edição Sp).

Curiosidade: código da impressora ZD201

Artigos substituídos: pág. 25 a 27 – “Die Wüsten – Neuling”; Pág. 28 – “Schlacht ohne gegner”.

21 de 1942

Pág. 38 – “Três números de Espanha” (comum com a edição Sp).

Curiosidade: código da impressora ZD210

Artigo substituído – Pág. 38 – “Operation ohne messer”; “Wissenschaftler stellen fest”.

22 de 1942

Pág. 25 – “Visita de Portugueses à Frente Leste alemã” (somente na SINAL, diz-se que um dos militares do grupo teria sido o futuro comandante operacional da Guiné durante a Guerra Colonial e primeiro Presidente da República após o 25 de Abril, o Marechal Spínola).

Págs 26 a 28 – “Carlos, filho de um soldado” (somente na SINAL, apesar do tema não ser português).

Código estabiliza de novo: DZ210.

Artigos substituídos: Pág. 25 – “Stab, Feuer und Rauch”; Págs. 26 a 27 – “Autowerkstatt – ein Quadratkilometer gross”; Pág. 28 – “Nur 60.000”.

23 / 24 de 1942

Págs. 67 a 68 – “Portugal estuda na Frente Leste, Uma deputação militar perto de Voronech e em Kiev” (somente na SINAL, continuação do artigo do número anterior).

Págs. 68 a 69 – “Lisboa – cidade que ressurgiu” (somente na SINAL).

Pág. 70 – “Últimas novidades sem perda de tempo” (somente na SINAL).

Pág. 70 – “Cortiça-na Alemanha” (somente na SINAL).

Contra-capa “1-2-3…”

Artigos substituídos: Págs. 67 a 69 – Erkämpfte Möglichkeiten…”; Pág. 70 – “Fahrrad Zeitgemäss abgewandelt”.

1 de 1943

Págs. 35 a 36 – “Os frequentadores do Rossio” (somente na SINAL).

Pág. 37 – “Pesca com o modêlo “Maier”” (somente na SINAL, apesar de não ser um tema específico).

Págs. 37 a 38 – “Liceu de Música” (somente na SINAL).

Artigos substituídos: Págs 35 a 37 – “3 Drehtage”; Pág. 38 – “Karakul Pudel Mit Kuchenkarte”.

2 de 1943

Págs. 35 a 36 – “Crianças no filme” (somente na SINAL, uma bela reportagem acerca do filme de Manoel de Oliveira “Aniki-bobó”).

Pág. 37 – “Protecção às vinhas” (somente na SINAL).

Págs. 37 a 38 – “A enfermeira Magda ajuda em toda a parte” (somente na SINAL apesar de não ser um tema específico).

Artigos substituídos: Pás. 35 a 37 – “Die chronik des Krieges”; Pág. 38 – “Können Tiere Zählen?”, “Ärzte stellen fast”, “Zweimal dasselbe”.

3 de 1943

Pág. 35 – “Para que são estas pessoas?” (somente na SINAL, atente-se no português deficiente).

Págs. 36 a 37 – “Gente saudável, rendimento elevado” (somente na SINAL, tema continuado da página anterior, sem relação com Portugal).

Pág. 37 – “De 3.000 ficaram 60, Raptadas de Espanha em 1938 – Libertadas no Cáucaso em 1942” (tema partilhado com a edição Sp).

Pág. 38 – “Procuram-se alvos” (partilhado com a edição Sp).

Artigos substituídos: Págs. 35 a 37 – “General Normung” (reproduzido na edição Sp); Pág. 38 – “Wer Zuletzt Lacht”.

4 de 1943

Págs. 35 a 36 – “Intromissão, hoje como outrora” (partilhado com a edição Sp).

Pág. 36 – Terão os submarinos alemães ofendido o direito de presa?” (somente na SINAL, artigo muito sensível dado o historial da I Guerra Mundial entre alemães e portugueses).

Págs 37 a 38 – “Portugal dos Pequeninos” (somente na SINAL, no entanto uma das fotos deste artigo seria publicado no número 22 de 1943 da edição D, integrada no artigo “Von Coimbra bis Petsamo”, que não seria publicado na edição portuguesa! Mais um enigma da SIGNAL…).

Pág. 38 – “Pela primeira vez no palco” (somente na SINAL).

Artigos substituídos: Pág. 35 – “Das Geheimnis dieses guten bieres”; Págs. 36 a 37 – “Namenlose Filmhelden”; Pág. 38 – “Wer Heiratet wen?”.

5 de 1943

Pág. 35 – “A vingança pessoal” está na mesma página da edição Sp e na página 38 da edição D com o título “Die Personlische Rache”. Também se encontra na edição F.

Pág. 36 – “…melhor do que quinino” (partilhado com edição Sp).

Pág. 36 a 37 – “O homem como cifra de produção. A morte na ideologia soviética” (partilhada com as edições Sp e F).

Pág. 38 – “Smuts, o pan- africano” (somente na SINAL, decerto um tema sensível dada´a proximidade das colónias portuguesas de Angola e Moçambique à África do Sul).

Artigo substituído: Págs. 35 a 37 – “13 Kindern” (matéria retomada no número seguinte da SINAL e da edição Sp).

6 de 1943

Págs. 25 a 27: “13 Filhos” (partilhado com a edição Sp, retomado do número 5/ 43 da edição D).

Pág. 28 – “Impudor sem nome” (partilhado com as edições Sp e F).

Artigos substituídos: Págs. 25 a 27: “Zum Vater “betohlen””; Pág. 28 – “Holz wie metall”.

7 de 1943

Pág. 25 – “Nem Roosevelt nem tão pouco Estaline” (partilhado com as edições Sp e F).

Artigo substituído: “Nach Alten Plänen”.

8 de 1943

Págs. 25 a 28 – Quatro páginas cuidadosamente cortadas de todos os números conhecidos. Percebe-se pelos vestígios que ficaram que se trata sobretudo do artigo “A Portuguesa de 1943”, escrito pelo Dr. Herculano Eça, que viria a ser autor de pelo menos mais uma outra peça da SINAL. Este artigo viria a ser repetido no número 14 de 1943, na mesma posição (páginas 26 a 27), ignorando-se se os outros artigos das páginas 25 e 28 foram igualmente repetidos ou se são outros.

Artigos substituídos: Págs. 25 a 28 – “Die lust am Schönen”.

9 de 1943

Pág. 25 – “Visão inglesa de 1939” (partilhado com as edições Sp e F).

Págs. 26 a 27 – “O Conde da Torre dá recepção. Um representante da civilização do Portugal moderno”” (somente na SINAL).

Pág. 28 – “O papel como matéria prima” (somente na SINAL).

Artigos substituídos: Págs. 25 a 28 – “Er nur er foldet”.

10 de 1943

Pág. 25 – “Portugal pertence à Europa” (mais um artigo do Dr. Herculano Eça, com uma bela foto aérea da Ribeira do Porto). Observação: na página 25 da edição F vem o artigo “Staline Dictateur du Monde”, que viria a ser reproduzido no número 12 de 1943 da edição portuguesa.

Págs. 26 a 27 – “Deve facilitar-se a profissão mais árdua” (somente na SINAL, embora não seja um tema específico a Portugal)

Pág. 28 – “Bactérias precisam de vitaminas” (partilhado com a edição Sp).

Artigo substituído: “TERROR”, artigo que constituiu a separata do mesmo nome que saiu com o número 8 de 1943 de todas as outras edições conhecidas.

11 de 1943

Pág. 25 – “Porque queriam a Paz com a Alemanha?” (partilhado com a edição Sp).

Págs. 26 a 27 – “Lagostas no Cabo da Roca” (somente na SINAL).

Pág. 27 – “…E pesca no Mar de Azov” (somente na SINAL).

Pág. 28 – “A Arte para quem é?” (partilhado com a edição Sp).

Artigo substituído: Págs. 25 a 28 – “Ein dorf im Kriege, Musterbeispiel Hintertux”.

Observação: o número 11a das edições destinadas a ser distribuídas na Suíça (D, F, D/I) têm as páginas 15 a 18 retiradas (artigo sobre Katin e Paris com fotografias violentas).

12 de 1943

Observação: existem nas edições D e F duas variantes de capa e das páginas 15 a 18. A variante que saiu em primeiro lugar foi a que tem a capa comumente designada “T 34”, substituída na distribuição pela variante que tem na capa uma testemunha de Katin, e no interior o “Dokument Katin”. A Portugal chegou um pequeno número de exemplares da edição F da variante “T 34”, hoje rara. Tomámos esta variante como a versão base, dado que foi a primeira a sair e corresponde à capa da edição da SINAL.

Pág. 33 – “Estaline Ditador do Mundo?” (partilhado com a edição Sp e já publicado no número 10 de 1943 da edição F).

Págs. 34 a 35 – “Quando regressam à Pátria” (partilhado com a edição Sp).

Pág. 36 – “Alegre seriedade. Assim desenha Enrique Herreros” (parilhado com a edição Sp).

Artigos substituídos: pág. 35 – “Der Astronom der Fern Rohr”; Págs. 36 a 37 – “Spiegelbild der Nation”; Pág. 38 – “Kann Mann Gehirne Werpflanzen?”

13 de 1943

Pág. 25 – “Foi um submarino inglês” (patilhado com a edição Sp).

Págs. 26 a 27 – “Os mercados de Paris” (somente na SINAL, apesar de não ser um tema português).

Pág. 28 – “Visita ao loiro” (partilhado com a edição Sp).

Pág. 28 – “Música e músicos na Península Ibérica” (partilhado com a edição Sp, sendo a 1ª parte do artigo dedicado a Viana da Mota).

Artigos substituídos: Págs. 25 a 27 – “Sozialismus der Tat” (este artigo viria a sair na SINAL 18 de 1943 com o título “O plano Beveridge”); Pág. 28 – “Er war zu schön, Um war zu sein”.

14 de 1943

Pág. 25 – “Fantochada Africana” (partilhado com a edição Sp).

Págs. 26 a 27 – “A Portuguesa de 1943” (somente na SINAL, artigo do Dr. Herculano Eça que havia sido impresso no n.º 8, mas tinha sido retirado).

Págs. 27 a 28 – “Torres Novas” (apenas na SINAL).

Artigos substituídos: Págs. 25 a 28 – “Das werwandelte Dorf” viria a sair na SINAL nº 15 de 1943.

15 de 1943

Págs. 25 a 28 – “A aldeia transformada” (partilhado com a edição Sp, anteriormente publicado no n.º 14 de 1943 da edição D).

Pág. 31 – Fotografia a cores da entronização do Arcebispo de Bamberg, por substituiçãao da que representa uma rapariga na praia na pág 32 de outras edições (partilhada com a edição Sp).

Pág 36 – “Entronização em Bamberg. Um novo arcebispo alemão” (partilhado com a edição Sp. Curiosamente, viria a ser em Bamberg que a equipa da SIGNAL viria a ser capturada por militares americanos, em 13 de Abril de 1945).

Pág. 37 – “Crianças francesas na Baviera superior” (partilhado com a edição Sp).

Artigos substituídos: Págs. 25 a 28 – “Der “Signal” berichter notierte…” Este artigo da autoria de Fiedler continha duas páginas (27 e 28) dedicadas a Portugal, mas que nunca viriam a ser publicadas na SINAL. Mais um enigma da SIGNAL…); Págs. 36 a 37 – “Wind im fesseln”.

16 de 1943 não contém diferenças

17 de 1943

Pág. 25 – “Ajuramento da Legião Portuguesa” (tema português partilhado com a edição Sp).

Págs. 26 a 27 – “O meio secreto dos operários alemães dos armamentos” (somente na SINAL, apesar de não ser um tema específico).

Pág. 28 – “A Magia da Máscara” (partilhado com a edição Sp, havia sido publicado no número 14 de 1943 da edição F).

Artigos substituídos: Págs. 25 a 28 – “Am Sonntag”.

Curiosidade: a edição F publica neste número a peça sobre o “Plan Beveridge” (Págs. 26 a 27) e sobre a “Intronization à Bamberg” (Pág. 28).

18 de 1943

Págs. 25 a 27 – “Castelo no ar: o Plano Beveridge e a realidade alemã” (este artigo foi publicado por todas as edições, em diversas datas, no caso da edição Sp saiu no número 22 de 1943).

Pág. 38 – “Portugal sabe precaver-se” (somente na SINAL).

Esta edição da SINAL publica o suplemento dedicado à Libertação de Mussolini, que nas restantes edições vem com o número 19 de 1943.

Artigos substituídos: Págs. 25 a 27 – “Publikum” (viria a ser publicado na SINAL n.º 23 de 1943); Pág. 38 – continuação do artigo “Der Sport” (meia página) e “Die Wissenschaft stellt fest”.

19 de 1943

Pág. 25 – “No Instituto Cultural Alemão em Madrid” (na edição Sp, viria a ser publicado no n.º 20 de 1943).

Págs. 26 a 27 – “Um pintor português em Berlim. Três aguarelas” (somente na SINAL).

Existe separata da SINAL com 6 páginas “Estratégia Aérea Ou Extermínio de Povos”.

Artigos substituídos: Págs. 25 a 27 – “Im Alten Bernt”.

20 de 1943

Pág. 25 – “Hóspedes na Alemanha: reúnem-se 15 Nações / nos campos de Verão do Instituto Goethe da Academia Alemã” (partilhado com as edições F e Sp).

Pág. 38 – “Academia combatente na Espanha” (publicado no n.º 19 de 1943 da edição Sp, de facto é o tema de capa desse número; na edição portuguesa este artigo está desfasado).

Artigos substituídos: Págs. 25 a 27 – “”Noch schöner, als sie dachten”; Pág. 38 – “Americana” Zoo-sniters jitterbug”.

21 de 1943

Págs. 29 a 31 – “Símbolos do Império Português” (somente na SINAL).

Pág. 42 – “Engenheiros encontram-se em Munique” (partilhado com a edição Sp).

As páginas a cores 9, 10, 35 e 36 3ncontram-se trocadas: 9D=35Po, 10D=9Po, 35D=36Po, 36D=10Po.

Artigos substituídos: Págs. 29 a 31 – “Der Zauber von Baireuth”, Pág. 42 – “Ein Feind der Wehrwirtschaft gefasst”.

22 de 1943

Pág. 25 – “Audiência em Belém” (somente na SINAL).

Págs. 26 a 27 – “O cavalo “Malaga”” (somente na SINAL).

Pág. 38 – “Os veios do talento: Otto Falckenberg – o septuagenário” (viria a ser publicado no número 23 de 1943 da edição Sp).

Artigos substituídos: Págs. 25 a 26 – “Gefährlische lockung”; Pág. 27 – “Am ziel: Steiger!”; Pág. 38 – “Von Coimbra bis Petsamo” (artigo que se refere parcialmente a Portugal, mas que excepto uma das suas fotografias dedicada ao “Portugal dos Pequenitos” não seria publicada na SINAL).

23 de 1943

Pág. 25 – “Écran encantador” e “O filme alemão em Portugal” (artigos partilhados com a edição Sp).

Págs. 26 a 27 – “Diariamente sete mil… Munique 1943: uma exposição de arte para o povo” (publicado no número 18 da edição D).

Pág. 38 – “Investigadores do fundo do mar de amanhã…?” (partilhado com a edição Sp).

Artigos substituídos: Pág. 25 – “Bastard auf schienen”; Págs. 26 a 27 – “Kultur im Kleinem”; Pág. 38 – “Gefährtin der Tiere”.

24 de 1943 não contém diferenças.

1 de 1944

Pág. 25 a 26 – “”Irmãos…” Nos bastidores da maçonaria italiana” (partilhado com as edições Sp e I).

Pág. 27 – “As mulheres de mineiros cozinham, costuram e cantam” (partilhado com a edição Sp).

Pág.38 – “Pela acção altruísta” (partilhado com a edição Sp, apenas uma das fotografias do artigo da página 27 da edição D).

Artigos substituídos: Págs. 25 a 26 – “11 Kanoniere und ein ball”; Pág. 27 – “Für besondere leistungen” (2 fotografias, retomado parcialmente na SINAL pág. 38); Pág. 38 – “Auf die Probe gestellt”.

2 de 1944 não contém diferenças.

3 de 1944 não contém diferenças.

4 de 1944

As capas a cores são uma diferença óbvia, bem como a respectiva paginação.

Págs. 36 a 37 – “Crianças de hoje, Europeus de amanhã” (partilhado com a edição Sp)

Pág. 38 – “O homem artificial” (partilhado com a edição Sp)

Pág. 39 – “O pintor de Castela” (partilhado com a edição Sp)

Artigos substituídos: Págs. 36 a 37 – “Die gestohlene erfindung” (este artigo figura na sua versão inglesa na 1ª edição da recolha de Mayer de 1977, edição inglesa da Bison Books, mas não na edição US da Prentice-Hall! Na minha opinião, é uma questão de censura pois trata-se de um ataque a um industrial americano muito concreto, John Larsen, que terá roubado a firma Junkers na sua representação no mercado US).

5 de 1944

As capas a cores são uma diferença óbvia, bem como a respectiva paginação.

Pág. 37 – “Orgulho e paixão” (partilhado com a edição Sp).

Pág. 38 – “Lope de Vega “Amor por inveja” e “Las Golondrinas”” (partilhado com a edição Sp).

Pág. 39 – “Lope de Vega “Las golondrinas”” (continuação) e “A prova de amizade” (partilhado com a edição Sp).

Pág. 40 – “Lope de Vega na Alemanha” (partilhado com a edição Sp).

Artigos substituídos: Págs. 36 a 37 – “Ab seits der goossenstrassen”

6 de 1944

Pág. 24 – “Um simples convento” (apenas na SINAL).

Págs. 25 a 26 – “Uma classe inteira” (partilhado pela edição Sp).

Págs. 27 a 28 – “Uma preparação meticulosa dos especialistas” (partilhado com a edição Sp).

Os seguintes artigos foram intercalados para acerto de paginação, entre as páginas 37 e 38 da edição D:

Pág. 38 – “Em casa da encarregada do auxílio às mães e aos filhos” e “A vida pela Ibero – América” (partilhados com a edição Sp).

Pág. 39 – “Uma excursão alegre à Praia do Sol” (somente na SINAL).

Artigos substituídos: Págs. 24 – anúncios comerciais. Págs. 25 a 28 – “Professor Lothar Kreuz”

7 de 1944

As capas a cores são uma diferença óbvia, bem como a respectiva paginação.

Pág. 31 – “O bispo agradece. Um alto representante croata da Igreja reconhece o perigo bolchevista” (somente na SINAL).

Págs. 32 a 33 – “Verde – Gaio” (somente na SINAL).

Pág. 38 – “Coisas Ibéricas apanhadas pela objectiva” (somente na SINAL).

Artigos substituídos: Págs. 31 a 33 – “Der weg des groschens”; Pág. 38 – “Und wieder einmal Turandot”.

Augusto Mouta

11
Feb
10

SIGNAL: as marcas do editor / printing marks

(English version below)

Esta mensagem trata dum tema trivial, mas interessante. As matrizes da SIGNAL que saíam de Berlim para as diversas casas impressoras iam marcadas com a identificação da língua, o número e por vezes a página.

As fotos são de dois exemplares em que essa menção não foi apagada localmente: SINAL n.º 16 de 1941 edição portuguesa e SIGNÁL n.º 24 de 1943, edição eslovaca. São visíveis as inscrições de identificação que ainda permaneceram.

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This message deals with a trivial theme, although interesting. The prepared printing masters were sent from Berlin to the various printing houses were marked with the foreign language identification, number of issue, even page number.

The photos are from two items that were not erased at local level: SINAL number 16 of 1941, portuguese edition, and SIGNÁL number 24 of 12943, slovakian edition. The remaining inscriptions are still visible.

Augusto Mouta

11
Feb
10

SIGNAL curiosidades fotográficas / photo curiosities

(English version below)

Nesta mensagem, algumas fotografias que estão directamente associadas à SIGNAL.

Na primeira fila, duas fotografias famosas da autoria de Arthur Grimm, retiradas do n.º 3 de 1942. Na segunda fila, duas outras fotografias da mesma série, que não foram publicadas na SIGNAL. Os tanques do tipo Pzkfw III pertencem à 11ª Panzer Division.

Na terceira fila, à esquerda a famosa página central do n.º 3 de 1944. À direita, a mesma fotografia, mas sem o retoque: trata-se da fábrica da ERLA, em Leipzig, no Outono de 1943, no processo de fabrico de Messerschmitt 109F.

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In this message, a few photos related to SIGNAL.

In the first row, two famous shots taken by PK Arthur Grimm, from SIGNAL n. 3/ 12942. In second row, two other shots from the same sequence that were not published in SIGNAL. The tanks shown are Pzkfw III of 11 Panzer Division.

In the third row, on the left the famous central page of SIGNAL n. 3/ 1944. On the right, the same photo unretouched: it’s taken on the ERLA factory in Leipzig, Autumn 1943, and they’re making Messerschmitt 109F.

Augusto Mouta

08
Feb
10

USA: AIR FORCE magazine

(English version below)

Apresento-vos a magnífica revista AIR FORCE, que era o órgão informativo da United States Army Air Force, e apropriadamente definida como “Official service journal of the USAAF”.

Esta revista é na sua origem destinada a levar aos aviadores e pessoal de terra da USAAF um conjunto de artigos técnicos, reportagens de guerra, humor e informações corporativas. No seu conjunto este material promovia a coesão da Arma e a elevação da moral combativa, sem nunca deixar de transmitir uma certa sensação de elitismo aos seus leitores. É assim em muitos aspectos, a par da revista da RAF, um interessante oposto à DER ADLER. Os seus critérios editoriais estão centrados na aviação, e nos seus aspectos técnicos. Nesse sentido, aproxima-se imenso da Sonderdruck negra da DER ADLER, mas sem os artigos de “enchimento”.

A AIR FORCE merece 5 estrelas pois trata-se de uma grande revista de aviação. Os seus artigos equivalem os da ADLER, e muitos são excepcionais. A partir da Invasão de Junho de 1944 figuram na capa os emblemas das diversas Air Forces que a USAAF  empregou nos diversos teatros de operações.

Esta revista, ao contrário da DER ADLER, não se destinava a ser distribuída fora da USAAF, pelo que o seu conteúdo não é constituído por material propagandístico, apesar de conter diverso material destinado a manter o moral elevado. Assim, o conteúdo técnico, a análise dos combates e a avaliação dos adversários é especialmente interessante.

A sua publicação oficial terminou em Setembro de 1946, com o título AAF REVIEW. Mas em Janeiro de 1946 uma equipa liderada pelo General Henry “Hap” Arnold criara a AIR FORCE ASSOCIATION,  que viria a adoptar e em Julho de 1946 fazer de novo sair a revista com o velho nome de AIR FORCE.

Nas imagens, algumas capas da revista: como órgão oficial da USAAF, Janeiro de 1943, Abril, Agosto e Outubro de 1944, Setembro de 1945 e Setembro de 1946. Como órgão da AFA Setembro de 1950 e Novembro de 1951.

Mais informações acerca da AFA aqui:

http://en.wikipedia.org/wiki/Air_Force_Magazine

e da revista aqui, embora sem o período pós-1945:

http://www.wartimepress.com/archives.asp?TID=AIR%20FORCE&MID=Air%20Force&q=30&FID=12

A influência da revista não foi importante somente durante a 2ª Guerra Mundial. A revista notabilizou-se no período da guerra da Coreia, do qual tenho um certo número de exemplares, no decurso da qual a revista fez uma extensa cobertura da guerra aérea, e pressionou as autoridades para um envolvimento mais intenso e qualitativo por parte dos EUA.

A revista manteve sempre um elevadíssimo nível técnico e editorial e é obrigatória para quem se interesse pela documentação original relativa às forças militares em conflito.

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This time I present to you the magnificent magazine AIR FORCE, the review of the United States Army Air Force, and appropriately defined as “Official service journal of the USAAF”.

This magazine was originally destined to bring to the airmen and ground personnel of the USAAF technical articles, war chronicles humour and organisation information. In its whole, this material promoted the cohesion of the Arm and the elevation of fighting morale, without ever relenting on a certain flair of elitism. Thus it makes for an interesting opposite to Der Adler, along with the RAF review. Its editorial criteria are centered on aviation and it’s technical aspects. In that sense, it is quite close to the black DER ADLER Sonderducks, but without the “filling” articles.

AIR FORCE deserves five stars as a great aviation magazine. Its articles are equal to DER ADLER’s and many are outstanding. From the Invasion (June 1944), the cover features the emblems of the several Air Forces that were deployed in the various theatres of operations.

This magazine, contrary to DER ADLER, was not distributed outside its original service, the USAAF, so its content is not propaganda material, although it contains several themes that were destined to boost the morale. So, its technical content, combat analysis and adversary evaluation is especially interesting.

Its official edition ended in September 1946, titled AAF REVIEW. But in January 1946 a weighty team led by General Henry Arnold, Chief of the USAAF, had created an organisation, the AIR FORCE ASSOCIATION, which in July 1946 made the magazine come out again with its old name AIR FORCE. More information about it here:

http://en.wikipedia.org/wiki/Air_Force_Magazine

and here, although there is no mention of it’s life after 1945 and Korean War:

http://www.wartimepress.com/archives.asp?TID=AIR%20FORCE&MID=Air%20Force&q=30&FID=12

On the images above, some of AIR FORCE covers: as official journal of the USAAF, numbers of January 1943, April, August and October 1944, September 1945 and September 1946 (the last as such). Then, as the journal of the AFA, September 1950 and November 1951.

Its leading role in the military aviations issues did not end with WW2, quite on the contrary! During the Korean War, period of which I’ve a good number of them, the AIR FORCE made itself noted on the airwar coverage and in pressing the US Government for a deeper and more qualitative involvement in the war.

The journal always kept very high technical and editorial standards, and is mandatory to whoever has an interest in original documentation about the air forces in conflict.

Augusto Mouta

06
Feb
10

SIGNAL edição portuguesa de 1945 / portuguese edition of 1945

(English version below)

A edição da SIGNAL em português viria a ser enriquecida no ano de 1945 com os números 1 e 4, bem como pelo SIGNAL EXTRA n.º 6, dedicado à V2.

Nas imagens, temos na primeira fila a capa do n.º 1 e o seu Sumário. Na segunda fila, a capa do n.º 4 e o seu Sumário. Na terceira fila, a capa do SIGNAL EXTRA n.º 6 e uma secção da contracapa, com o código.

Na quarta fila, um excerto d’ A ESFERA n.º 107, de 20 de Janeiro de 1945, no qual é traduzido um dos artigos principais da SIGNAL n.º 1 de 1945.

A SIGNAL em 1945 tinha uma distribuição muito inferior à que tinha tido em 1942/ 43, mas ainda era assinalável. Prova disso é o número de 981.500 exemplares impressos em Fevereiro de 1945, contra o máximo de 2.450.000 impresso em Dezembro de 1942.

Continuavam a ser impressos exemplares em muitas línguas, mas a existência destes exemplares em português surgiu para mim como uma surpresa, embora parcial: o meu correspondente inglês Paul Jarvis já me tinha feito saber da existência dum exemplar do n.º 4.

O n.º 1 não foi enviado para Portugal, que se saiba, mas a revista A ESFERA publicou em Janeiro uma tradução do artigo principal. Esta situação é curiosa, pois o número 1 da SIGNAL decerto já se encontrava impresso em final de 1944. De facto a produção de cada número da SIGNAL tomava de dez a quinze dias. Curioso é que a Deutscher Verlag tenha enviado presumivelmente em final de 1944 o artigo à ESFERA, mas não tenha enviado para Portugal a própria SIGNAL em português! Existe rumor de que alguns exemplares da SIGNAL eram enviados para Portugal de avião. De facto, encontraram-se em Portugal exemplares do n.º 1 em francês e do n.º 2 em alemão, mas nenhum em português. Conhecem-se dois exemplares do n.º 1 em português, o meu e o do meu amigo Carlos Diez Fernandez, em Espanha.

O n.º 4 deve ter sido produzido na sequência da célebre reunião na Deutscher Verlag de Fevereiro de 1945, na qual foram elencadas as edições que poderiam ainda realizar-se, estando a portuguesa entre elas. Cópia do memorando desta reunião em:

http://www.signalmagazine.com/documents_dv_memo.htm

Conheço a existência de outro exemplar do n.º 4, que foi vendido presumivelmente em França e depois perdeu-se-lhe o rasto.

De qualquer modo o SIGNAL EXTRA n.º 6 é surpreendente, sendo o único exemplar conhecido.

Os exemplares que tenho obtive-os em Berlim, na sequência de uma permuta formal com uma instituição conhecida.

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The publication of SIGNAL in portuguese would be completed in the year 1945 with numbers 1 and 4, plus the SIGNAL EXTRA number 6, dedicated to the V2.

On the images, we have on the first row the cover and Summary of number 1. On second row, cover and Summary of number 4. On third row, cover of SIGNAL EXTRA number 6 and a detail of the last page, with the edition code.

On the fourth row, the central pages of A ESFERA number 107 of 20 January 1945, with the translation into portuguese of oone of the main articles of SIGNAL 1/ 1945. A ESFERA was a portuguese magazine that was payed by german government funds, and came out from 1941 to 1945.

In 1945, SIGNAL had a smaller distribution much inferior to what it had been in 1942/ 43, but still remarquable. Proof of it is the printing quantity of 981.500 still possible in February 1945 against 2.450.000 attained in December 1942.

Many different language editions kept being made, but the existence of these two numbers in portuguese was a surprise to me, albeit a parcial one: my english correspondent Paul Jarvis has already pointed to me that a number 4 existed.

SIGNAL number 1/ 45 was not sent to Portugal, that I know of, and the magazine A ESFERA published in January 1945 a translation of it’s main article. This situation is rather curious, because SIGNAL number 1/ 45 was certainly already printed in December 1944. In fact, the producing of each SIGNAL issue took from 10 to 14 days. The fact that Deutscher Verlag sent the article to A ESFERA in December 1944, but did not send the portuguese edition into Portugal, is a very curious thing. There’s a rumour that says that some quantity of SIGNAL was sent by airplane to Portugal.  In fact, in Portugal there were found issues of number 1 in french, and number 2 in german, but none in portuguese. Two magazines are known of number 1 in portuguese, mine and another in Spain.

Number 4/ 45 was certainly produced in the sequence of the celebrated reunion in Deutscher Verlag on February 1945, in which were listed the foreign language editions that could still be made, the portuguese being among them. Copy of the memo here:

http://www.signalmagazine.com/documents_dv_memo.htm

I know of another one, which was probably sold  in France, its whereabouts are now unknown.

Anyway, SIGNAL EXTRA number 6 is quite surprising, being the only one known.

The 1945 issues I have were obtained in Berlin, following a very formal exchange made with a well known institution.

Augusto Mouta

05
Feb
10

SIGNAL: “Kommodore Johnsen” & “Sagres lll”

(English version below)

Esta mensagem respeita a dois navios, veleiros mercantes, que iniciaram a sua existência como cargueiros.

O primeiro, é o navio-escola que figura proeminente na capa da SIGNAL n.º 19 de 1944, o Kommodore Johnsen, e o segundo é outro navio de origem alemã do mesmo tipo que pertence à nossa Marinha com o nome Sagres III.

O belíssimo navio veleiro que figura na capa deste número da SIGNAL foi construído como cargueiro em 1921 na cidade de Kiel, na Alemanha, com o nome de Magdalene Vinnen II. Em 1936 foi vendido à firma Lloyd para servir como navio-escola, tendo recebido o nome de Kommodore Johnsen, em cuja condição serviu para o treino de cadetes até 1945. Capturado pelos ingleses no final da II Guerra Mundial, foi transferido para os russos em Dezembro de 1945 como reparação de guerra. Na sua nova vida na URSS e posteriormente na Federação Russa, tomou o nome de Sedov, um explorador do Ártico.

(Alguma informação neste site: http://en.wikipedia.org/wiki/Kommodore_Johnsen)

Foi na sua forma como Kommodore Johnsen que este navio foi objecto de um artigo na SIGNAL n.º 16 de 1944, e posteriormente desta belíssima capa do 19 de 1944, na qual é retratado ao lado de um submarino-escola da Kriegsmarine.

Curiosamente, o nosso navio-escola Sagres III também é de origem alemã, embora de uma classe ligeiramente diferente, tendo tido uma história movimentada. Este navio foi lançado ao mar em 30 de Outubro de 1937, com o nome de Albert Leo Schlageter, nome de um alemão executado pelas autoridades francesas durante a ocupação do Ruhr após a I Guerra Mundial, ver informação sobre ele aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/Albert_Leo_Schlageter.

Este navio teve alguns irmãos famosos, acerca dos quais se pode ter mais informação aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/Gorch_Fock_(1933)#Sagres_III_.28ex_Albert_Leo_Schlageter.29, e aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/Gorch_Fock_(1958).

Há alguns anos, a nossa Marinha veio a adquirir este navio, concretamente em 1961, tendo desde então servido Portugal com distinção.

Transcrevo, a seguir, o historial deste navio, tal como se encontra no “site” da nossa Marinha, com a devida vénia:

(Início da transcrição)

“História

O actual navio-escola Sagres foi construído nos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, em 1937, tendo, na altura, recebido o nome Albert Leo Schlageter. Era o terceiro de uma série de quatro navios encomendados pela Marinha Alemã (Kriegsmarine), que incluía o Gorch Fock (1933) (que veio a ser o Tovarish (1952-2003)), o Horst Wessel (1936) (actual Eagle da United States Coast Guard), e um quarto navio nunca concluído, por entretanto ter eclodido o conflito, ao qual foi dado o nome Herbert Norkus (1939). Aliás, parte do aparelho deste último, nomeadamente vergas e mastaréus, veio posteriormente a ser utilizado no Gorch Fock (1958), actual navio-escola da Marinha Alemã, construído vinte anos mais tarde, de acordo com os planos dos anteriores veleiros. Além dos navios mencionados, o estaleiro alemão construiu um outro veleiro desta classe, o Mircea (1938), satisfazendo uma encomenda da Marinha Romena.
No final da guerra, aquando da partilha dos despojos pelos vencedores, o Horst Wessel e o Albert Leo Schlageter couberam aos Estados Unidos. No entanto, apesar dos esforços do Comandante americano da Base Naval de Bremerhaven, não foi possível encontrar, nos Estados Unidos, uma instituição que quisesse ficar com este navio. Pelo que, ao fim de três anos, acabou por ser cedido à Marinha do Brasil, com o intuito de fazer face aos danos causados pelos submarinos alemães aos seus navios, durante a guerra. Em 1961 foi adquirido por Portugal, no sentido de substituir a antiga Sagres, que, curiosamente, também havia sido navio alemão.
De facto, a anterior Sagres foi lançada à água em Bremerhaven, em 1896, com o nome Rickmer Rickmers. Em 1916, quando a Alemanha declarou guerra a Portugal, este veleiro encontrava-se nos Açores, tendo sido então arrestado. Baptizado com o nome Flores, foi colocado à disposição dos ingleses, que o usaram como transporte. Em 1924, terminada a sua utilização como navio mercante, foi incorporado na Marinha Portuguesa como navio-escola e com o nome Sagres. Razão pela qual, nomeadamente no estrangeiro, o actual navio-escola Sagres é, por vezes, apelidado de Sagres II, o que, na realidade, não corresponde à verdade. A explicação para tal reside no facto da Marinha Portuguesa ter contado anteriormente com um outro navio, com o nome de Sagres. Tratava-se de uma corveta mista com casco em madeira, construída em Inglaterra nos estaleiros de Messrs. Young, Son and Magnay, Limehouse, em 1858. Armava em galera e, fundeada no rio Douro, serviu como navio-escola, entre 1884 e 1898.
Albert Leo Schlageter (1937-1948)

O contrato para a construção do Albert Leo Schlageter, entre o estaleiro da Blohm & Voss e a Marinha Alemã, foi assinado no dia 2 de Dezembro de 1936. Com a quilha assente no dia 15 de Julho de 1937, dois meses e meio depois, a 30 de Outubro, o navio foi lançado à água, tendo sido incorporado a 12 de Fevereiro do ano seguinte. Largou para a primeira viagem de instrução no dia 20 de Março de 1938, colidindo, dois dias depois, no estreito de Dover, com o navio-vapor Trojan Star, debaixo de cerrado nevoeiro. Antes do início da guerra fez outras viagens de instrução, donde se destacam duas navegações ao Atlântico Sul. Durante grande parte da guerra foi mantido atracado em Kiel, sendo a bordo ministrada instrução de marinharia e navegação.

Em 1944, no sentido de melhorar a preparação marinheira dos seus homens, a Marinha Alemã decidiu colocá-lo novamente a navegar, restringindo as viagens ao Báltico, área então considerada
relativamente segura para a missão destes navios. Foi, no entanto, durante uma viagem de instrução naquele mar que o Albert Leo Schlageter embateu numa mina. O acidente, ocorrido debaixo de forte temporal no dia 4 de Novembro, vitimou 18 elementos da sua guarnição, tendo o próprio navio escapado graças à existência de compartimentação estanque, um dos requisitos que nortearam a construção dos veleiros desta classe, bem como pelo facto de se encontrar a navegar em conserva com o navio-irmão Horst Wessel.
A poucos dias do final da guerra, e depois de haverem sido reparados os danos resultantes do embate na mina, o Albert Leo Schlageter foi levado para Flensburg. Esta decisão terá evitado a sua perda, uma vez que a cidade de Kiel, incluindo a sua base naval e os navios que aí se encontravam atracados e fundeados, foram quase totalmente destruídos pelos bombardeamentos da aviação inglesa, desencadeados nos últimos dias do conflito.

Guanabara (1948-1962)

O Albert Leo Schlageter foi cedido pelos Estados Unidos à Marinha do Brasil em 1948, pelo valor simbólico de 5.000 dólares. Uma vez que o navio carecia de fabricos indispensáveis, depois de içada a nova bandeira em Bremerhaven, o trânsito até ao Rio de Janeiro foi feito a reboque. Cerca de um mês depois, entrou pela primeira vez a baía de Guanabara. Haveria de ostentar o nome da célebre baía brasileira a partir do momento em que foi aumentado ao efectivo dos navios da Marinha do Brasil, cerimónia que teve lugar no dia 27 de Outubro desse ano, logo que concluídas as reparações. Até 1961, altura em que foi vendido a Portugal, efectuou inúmeras viagens de instrução ao longo da costa brasileira, tendo apenas visitado um porto estrangeiro, Montevideu, no Uruguai, em 1949. Dez anos depois, a 21 de Julho de 1959, o Guanabara concluiu a sua derradeira viagem ao serviço da Marinha do Brasil. No dia 30 de Novembro de 1960 foi formalmente abatido ao efectivo.
Dois anos depois da sua paragem, o governo português logrou adquirir o Guanabara, muito se ficando a dever este êxito à acção empenhada do Dr. Pedro Teotónio Pereira, na altura Ministro da Presidência. A sua aquisição visava substituir a antiga Sagres, que já não se encontrava em condições de assegurar a continuidade das viagens de instrução. O contrato de venda do navio foi assinado no Rio de Janeiro a 10 de Outubro de 1961, pelo valor de 150.000 dólares, data em que, pela última vez, foi arriada a bandeira do Brasil.

Sagres (desde 1962) Ao abrigo da portaria nº18997, de 30 de Janeiro de 1962, o NRP “Sagres” foi aumentado ao efectivo dos navios da Marinha Portuguesa, diploma que igualmente classificava como navio-depósito o anterior navio-escola Sagres, doravante com o nome Santo André. Não obstante, só nove dias depois, a 8 de Fevereiro, é que a cerimónia oficial teve lugar no Rio de Janeiro, data em que o então Capitão-tenente Silva Horta assumiu o comando do navio, depois de haver sido o último Comandante da antiga Sagres.
Com a aquisição da nova Sagres conseguiu-se aquele que era o principal objectivo, ou seja, dar continuidade à existência de um navio-escola veleiro na Marinha Portuguesa, para que pudesse ser assegurada a formação marinheira dos seus futuros oficiais, complementando-se assim as componentes técnica e académica ministradas na Escola Naval.
O navio largou no dia 25 de Abril de 1962 para a sua primeira viagem com a bandeira portuguesa, tendo chegado a Lisboa a 23 de Junho, depois de ter feito escalas no Recife, Mindelo e Funchal.
Desde 1962 o navio-escola Sagres tem efectuado anualmente viagens de instrução com cadetes da Escola Naval, à excepção de 1987 e 1991, anos em que, com vista à sua modernização, cumpriu prolongados períodos de fabricos.
Além da missão relacionada com a instrução dos cadetes, o navio-escola Sagres é também regularmente utilizado na representação da Marinha e do país, funcionando como embaixada itinerante de Portugal. No âmbito das suas missões, o navio-escola Sagres cumpriu já duas viagens de circum-navegação, em 1978/79 e 1983/84, bem como outras viagens de duração superior a cinco meses, que o levaram a participar na regata Colombo (1992), integrar as comemorações dos 450 anos da chegada dos Portugueses ao Japão (1993) e ainda nas celebrações por ocasião dos 500 anos do achamento do Brasil (2000). ”

(Fim da transcrição)

Espero que tenham achado interesse neste tema

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This message deals with two merchant sailships that begun their careers as cargos.

The first is the training ship that SIGNAL number 19 of 1944 features on its cover, Kommodore Johnsen, the second is another german-origin ship of a similar type that belongs to the portuguese Navy with the name Sagres III.

The beautiful ship that is portrayed in the cover of this issue of SIGNAL was built as a cargo ship in 1921 in the city of Kiel, Germany, with the name Magdalene Vinnen II. In 1936, it was sold to the well known Lloyd firm to serve as a school-ship, having then been renamed Kommodore Johnsen, serving for cadet training until 1945. Captured by the british at the end of WW2, it was transferred to the USSR in December of 1945 as war reparation. In its new life in the USSR and later in the Russian Federation it took the name of Sedov, a russian explores of the Arctic.

(some more information on this site: http://en.wikipedia.org/wiki/Kommodore_Johnsen)

It was as Kommodore Johnsen that this ship was the object of an article in SIGNAL n. 16 of 1944, and later in the beautiful cover of n. 19 of 1944, in which it appears besides a training U Boot.

Curiously, our training ship Sagres III is also of german origin, although of a slightly different class. It also had a colourful history. This ship was launched in October 30, 1937, with the name Albert Leo Schlageter, who was a german executed by the french authorities during the occupation of the Ruhr following WW1, see information about him here:

http://en.wikipedia.org/wiki/Albert_Leo_Schlageter.

Sagres III has a few famours sister-ships, about which we can have more information here: http://en.wikipedia.org/wiki/Gorch_Fock_(1933)#Sagres_III_.28ex_Albert_Leo_Schlageter.29, and here: http://en.wikipedia.org/wiki/Gorch_Fock_(1958).

In 1961, our Navy aquired this ship, and since then it served our country with distinction.

Let me transcribe the history of the Sagres III, as it is featured on our Navy’s site:

(Start of transcription)

History

The present training ship Sagres was built in 1937 at the Blohm & Voss shipyards, in Hamburg. Her original name was Albert Leo Schlageter and she was the third of a series of four ships procured at the time by the German Navy (Kriegsmarine). The other three ships were the Gorch Fock (1933) (Tovarish between 1952 and 2003) the Horst Wessel (1936) (now Eagle, belonging to the United States Coast Guard) and another ship, named Herbert Norkus (1939), that was never finished due to the war outbreak. Some of the rigging and spars of this last ship, including topmasts and yards, were later on installed onboard the present sail training vessel of the German Navy, the Gorch Fock (1958), built twenty years later of the previous sister-ships, but following the same design. Besides these ships, Blohm & Voss shipyards built another sail training vessel of this class (the Mircea (1938)) for the Romanian Navy.

After the end of World War II, the Horst Wessel and the Albert Leo Schlageter were kept by the United States of America (USA) as war prizes. However, despite the efforts undertaken by the US Commanding Officer at the Bremerhaven Naval Base, an USA institution willing to keep Albert Leo Schlageter could not be found. Thus, three years after, the ship was given to the Brazilian Navy as payoff for the damages caused by the German Navy submarines to their fleet during the war. In 1961 Portugal acquired the ship to replace the old training ship Sagres, a former German sailing vessel as well.

In fact, the previous Sagres was launched in Bremerhaven (1896), with the name Rickmer Rickmers. In 1916, when Germany declared war to Portugal, this ship was seized in Azores. The ship was named Flores and was made available to, and used by, the British, for transportation purposes. In 1924, her use as a merchant ship ceased and she was incorporated in the Portuguese Navy as a training vessel, with the name Sagres. This explains why sometimes, particularly abroad, the present training ship Sagres is called Sagres II, although that does not reflect the truth. In reality there was another previous ship of the Portuguese Navy with the name Sagres. She was a wooden full-rigged ship built in England at the shipyards of Messrs. Young, Son and Maggnay, Limehouse, in 1858. From 1884 to 1898 this corvette was used as a training ship, while at anchor at Douro River, near Porto.

Albert Leo Schlageter (1937-1948)

Albert Leo Schlageter shipbuilding contract between the German Navy and Blohm & Voss shipyards was signed on 2 December 1936. The ship was laid down on 15 July 1937, launched two and a half months later, on 30 October of the same year and commissioned on 12 February 1938. The ship left harbour for her maiden training cruise on 20 March 1938, but two days later, under dense fog, she collided with the steamship Trojan Star on Dover Strait. Albert Leo Schlageter still performed other training cruises before the war, two of them in South Atlantic waters as well. During the major part of wartime the ship remained moored in Kiel and she was used for seamanship and navigation training onboard.

Facing the need to improve the seamanship qualities of their crews, the German Navy decided in 1944 to reinitiate sailing cruises with the ship in the Baltic Sea, which was considered a relatively safe area to navigate by then. It was however during one of these training cruises that Albert Leo Schlageter hit a mine. The accident occurred under stormy weather on 4 November 1944, and 18 members of the crew lost their life. The ship could recover from the damage in virtue of her construction design with watertight bulkheads and compartment areas – a major requirement of this German sailing ships class construction – as well as being in the company of Horst Wessel.
Some days before the War was over, with the repairs already concluded, Albert Leo Schlageter went to Flensburg. This was a fortunate decision, and a major contributing factor for the ship to stay in existence today as the city of Kiel, including the Naval Base and all the ships at anchor or moored there, were almost completely destroyed by the British aviation bombings during the last days of the conflict.

Under German flag, the ship had the following Commanding Officers:

  • Fregattenkapitan Bernhard Rogge (Fevereiro de 1938 – Setembro de 1939)
  • Kapitan zur See Joachim Asmus (Janeiro de 1944 – Novembro de 1944)
  • Korvettenkapitan Johann Reckoff (Abril de 1945 – Maio de 1945)

Guanabara (1948-1962) In 1948, Albert Leo Schlageter was sold by the United States to Brazil for a symbolic amount of 5,000 $US. However, after the Brazilian flag was hoisted onboard while the ship was in Bremerhaven she had to be towed to Rio de Janeiro due to the need of major repairs. Approximately one month later the ship went the Guanabara Bay for the first time. The name of the famous Brazilian bay would also become the name of the ship from the moment she was commissioned by the Brazilian Navy on 27 October 1948, after the repairs were completed. As a training ship and before being sold to Portugal in 1961, Guanabara sailed regularly along the Brazilian coast. Montevideu, Uruguai, was the only port visited abroad, in 1949. Ten years later, on 21 July 1959, the ship made her last active service trip while in the Brazilian Navy. On 30 November 1960, the ship was officially decommissioned.

Two years after Guanabara had ceased her activity, the Portuguese Government succeeded to acquire her, greatly due to the efforts undertaken by Dr. Pedro Teotónio Pereira – Portuguese Presidency Minister at the time. The major objective was for the ship to replace the old Sagres that was not in adequate condition to ensure her continued use for training cruises. The transfer contract was signed on October 10, 1961, involving the amount of 150,000 US$. This was the day that the Brazilian flag was hoisted down for the last time onboard.
Sagres (since 1962)

By legal document of 30 January 1962 the training ship Sagres was commissioned in the Portuguese Navy while the previous training ship with the same name was renamed “Santo André”, becoming a store ship. The official commissioning ceremony, however, could only take on 8 February 1962, when the last captain of the previous Sagres (LCDR Silva Horta) took command of the ship.

With the acquisition of the actual Sagres, the Portuguese Navy could accomplish the main objective of keeping a sail training ship in their fleet to allow for the continued seamanship training at sea of their future officers, as a complement of their technical and academic education received at the Naval Academy.
The ship left harbour for the first time under Portuguese flag on 25 April 1962, to arrive in Lisbon on 23 June, after a short stop in Recife (Brazil), Mindelo (Cape Vert Islands) and Funchal (Madeira).

Sagres has undertaken training cruises with cadets from the Naval Academy Since every year since 1962, with the exception of 1987 and 1991 when major repairs and refits were performed.
Besides her cadets training mission, Sagres is also regularly used abroad as an itinerant Ambassador of Portugal and representative of the Portuguese Navy. She has already undertaken two circumnavigation voyages (1978/79 and 1983/84), as well as other longer cruises with periods of more than five months at sea, including Colombo’s regatta (1992), the celebrations of the 450th anniversary of the Portuguese arrival to Japan (1993) and 500th anniversary of the discovery of Brazil (2000).

(End of transcription)

I hope you found this theme interesting

Augusto Mouta

05
Feb
10

SIGNAL impressa em Espanha?/ SIGNAL printed in Spain?

(English version below)

Desta vez, um exemplar da SIGNAL que muitos conhecem, mas que tem aspectos que a tornam uma curiosidade: o n.º 14 de 1944, edição espanhola.

Este número apresenta as seguintes “anomalias” relativamente às edições impressas nos locais habituais (Berlim, Oslo, Milão, Paris e um significativo etc.):

1. A qualidade da impressão das cores, nomeadamente a respectiva sobreposição, é muito irregular. No caso ilustrado, a capa apresenta o defeito que se vê, mas a contracapa está perfeitamente impressa.

2. A matriz de impressão da capa rasgou e foi objecto de retoques grosseiros.

3. O papel não tem a qualidade habitual.

4. A impressão apresenta defeitos, tendo um aspecto irregular e poroso.

5. A dimensão da revista é ligeiramente diferente da normal, sendo maior em altura em média 0.5cm, por vezes mais.

6. A letra em que se encontra impressa a designação “Sp Nº 14” não é do tipo normalizado.

7. A revista não contém as páginas centrais a cores, mantendo-se a paginação inalterada.

Estas diferenças representam um desvio significativo relativamente aos padrões gráficos e de qualidade da revista, e não é aceitável em caso algum que tais desvios tenham sido realizados na casa-mãe em Berlim.

Estes defeitos são normalmente negligenciados pelos coleccionadores e por alguns estudiosos. No entanto, a sua existência vem ao encontro e ilumina o sentido a dar à documentação interna da SIGNAL que dá conta dum estudo efectuado para resolver o problema colocado pela “queda” de Paris, que teve lugar na segunda quinzena de Agosto de 1944.

A casa Curial-Archereau (código DZ210) tinha  a responsabilidade da impressão de várias edições da SIGNAL, designadamente a francesa, portuguesa, espanhola e inglesa. Deixando de trabalhar para os alemães (passou a trabalhar para os EUA, ver mensagem acerca da YANK), colocou-se a questão de qual seria a casa impressora onde viria a ser impresso o volume significativo de exemplares que deixaram de ser feitos em Paris.

A decisão aparentemente apontou para Berlim. Dizemos aparentemente pois se por um lado existem os exemplares franceses e ingleses impressos com as características berlinenses, por outro lado não há exemplares em português ou espanhol que comprovem terem passado a ser impressos em Berlim, com excepção dos raríssimos números portugueses de 1945.

É neste contexto que a Deutscher Verlag considera passar a fazer-se localmente, em Portugal e em Espanha, a impressão das respectivas edições.

O n.º 14 de 1944 em espanhol, na minha opinião, é claramente o produto do ensaio desta solução, que terá corrido mal no que respeita ao controlo de qualidade. Assim, esta revista terá sido impressa em Espanha, em casa não identificada até ao momento.

Talvez no futuro esta questão venha a ser esclarecida.

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This time, a number of SIGNAL that is well known, but which has a few things that make it a curiosity: number 14 of 1944, spanish edition.

This number presents the following anomalies, relative to the editions printed in the usual places (Berlin, Oslo, Milan, Paris, and a meaningful & so on):

1. The quality of the colour printing, namely its superposition, is quite irregular. In the illustrated case, the cover presents the obvious defect, but the back cover is quite normal.

2. The original negative for the cover photo was torn, and badly retouched.

3. The paper hasn’t the usual quality.

4. The printing presents several defects, the inking in particular is irregular and “porous”.

5. The magazine dimensions are slightly different, being higher 0,5cm on the average.

6. The font used in the edition code and number, “Sp Nº 14”, is very different from the standard.

7. The magazine doesn’t have its central colour pages, although the page numbering is unaltered.

These differences represent a significant deviation from the graphic and quality standards of the magazine, and it isn’t acceptable in any case that deviations such as these might have been produced in the DV in Berlin.

These faults are usually neglected by collectors and some scholars, however, it’s existence concurs with some internal documentation of SIGNAL and enlightens it. In fact there are news of a study made to solve the problem placed by the fall of in Paris, which took place in the second half of August 1944.

The Curial-Archereau house (german printers code DZ 210) had the responsibility of the printing of various foreign language editions of SIGNAL, namely the french, portuguese, spanish and english. Not any longer working for the germans (in fact it went on working for the USA, see message about YANK), the question arose: which would be the printing house for such a significant number of magazines?

The decision apparently pointed to Berlin. I say apparently because if on one side the magazines in english and french exist, printed with the Berlin features, on the other side , there are no numbers in spanish or portuguese that could be proven to have been made in Berlin. The ultra rare Po edition of 1945 excepted.

It’s in this context that the Deutscher Verlag considered to have these editions printed locally, in Portugal and in Spain.

Number 14/ 1944 in spanish, in my opinion, is clrearly the product of an effective practical tryout of this solution, that went wrong in what concerns quality control. So, this magazine would have been printed in Spain, in a house not yet identified.

Maybe in the future this question will be clarified..

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Em breve mais acerca deste tema…

Augusto Mouta

03
Feb
10

SIGNAL – As trucagens fotográficas / photo editing

(English version below)

Esta mensagem trata de um problema da SIGNAL que atingiu um nível elevado de gravidade durante o período em que Harald Lechemperg assumiu a direcção da revista.

Com efeito, nos primeiros meses de publicação da revista, foram notórias as trucagens fotográficas e os abusos de utilização de fotografias feitas por outros órgãos de imprensa.

Assim, em primeiro lugar… a capa do n.º 1, de Abril de 1940:

À esquerda, a capa da SIGNAL n.º 1 de Abril de 1940, e à direita uma fotocópia da capa da STUTTGARTER ILLUSTRIERTE de 12 de Março de 1941. Esta última foto mostra um instante um pouco diferente dos mesmos soldados da PK e no mesmo local. Para quem tem algum treino de laboratório fotográfico, é fácil de constatar a montagem feita entre dois negativos: 1. o que tem o tanque (um Pzkfw II) e os homens da PK. 2. o que tem o prédio em chamas. O recorte em volta do tanque está feito de forma grosseira. Por sorte, um amigo inglês enviou-me e fotocópia que mostra a verdade: o prédio lá atrás está normal. O sector gráfico da SIGNAL decidiu acrescentar dramatismo a uma cena onde só havia provavelmente alguma tensão e o resultado foi… uma fotomontagem que desacredita o staff e a própria revista.

Abaixo, uma sequência de natureza mais grave, tirada do mesmo número, o 1º de Abril de 1940. Na segunda fila, fotografias das duas páginas contendo o artigo da SIGNAL: “Pourquoi travail de patrouille?”, onde se publica a fotografia dum fortim francês da Linha Maginot, cuja legenda assegura ter sido a mesma tirada em Fevereiro de 1940 por um chefe de patrulha alemão.

Infelizmente, a mesma foto tinha sido  já publicada em França em Outubro de 1939. Disso mesmo dá conta a revista MATCH n.º 97, de 9 de Maio de 1940, publicando uma reprodução da fotografia original. Em Portugal, essa mesma fotografia já tinha saído num número de 25 de Dezembro de 1939 da Vida Ribatejana, o que provocou uma reacção da Legação francesa que emitiu uma nota intitulada “Un faux photographique” (logo que possa coloco imagem deste documento).

Uma situação bem embaraçosa que fez mossa na reputação da revista, e que os serviços de propaganda Aliados não deixaram escapar. Obviamente o staff da SIGNAL estava mais à vontade na manipulação de notícias para consumo interno do que nos espaços mais abertos dos países neutrais onde existia um olhar mais objectivo relativamente à guerra.

Quanto às fotomontagens, ainda continuaram a existir algumas capas bem grosseiras, como é o caso das dos números 2, 5 e 17 de 1940.

No capítulo dos “retoques”, tique típico generalizado à esmagadora maioria dos laboratórios e casas de fotografia, há que acrescentar à ideia de “embelezamento” o naturalíssimo disfarce de características de tanques e aeronaves. As capas mais notórias neste caso são as dos números 4, 8 e 10 de 1940, e 3 de 1941.

Actualização em 21 de Março 2010: por cortesia do Dinis Fonseca, pude substituir a imagem do Stuttgarter por uma boa fotografia. Obrigado, Dinis!

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This message deals with a problem oft the SIGNAL magazine that attained a high level of seriousness during the period when Harald Lechemperg had directing functions.

In the first months of SIGNAL photo editing was notorious, as were the abusive use of photos made by other press entities.

So, in the first place… the cover of number 1, of April 1940.

On the left, the cover of SIGNAL number 1 of April 1940 french edition, and on the right a xerocopy of STUTTGARTER ILLUSTRIERTE of 12 March 1941. The last photo shows the PK men in a slightly different moment, on the same place. For those with photo lab training, as I am, it’s very easy to detect the editing made using two negatives: 1. The one with the tank (a Pzkfw II) and the PK men. 2. The one with a flaming house. The cutting around the tank was rather crude. Luckily, a british friend sent me the xerocopy that demonstrates that on the background all was completely normal,. The graphic editors of SIGNAL decided to add drama to a scene were there was nothing more than maybe a little tension, and the result was… a photo edit that discredits the SIGNAL staff and the magazine itself.

Below, a sequence of a more serious nature, taken from the same number 1, of April 1940. On the second row, the two pages containing the SIGNAL article titled “Pourquoi travail de patrouille”, where there is a photo of a french fort of the Maginot Line, whose legend assures the reader that bit was taken in February 1940 by a german patrol leader.

Unfortunately for SIGNAL, the same photo had already been published in France in October of 1939. That is reported by the french magazine MATCH number 97, of May 9 1940, publishing a reproduction of the original photo. In Portugal the same photo had already been published in 25 December 1939 by the magazine A VIDA RIBATEJANA. This originated the reaction of the French Legation in Portugal in a note titled “Un faux photographique” (translates as “a photographic forgery”) (as soon as I can I’ll join an image of this document).

This was an embarrassing situation that was damaging to the reputation of SIGNAL, one which the Allied propaganda services exploited. Obviously, the german staff was more at ease with internal manipulation of the press than with the “open spaces” of the neutral countries, where the information was more objective regarding the war.

The photo editing went on during most of 1940, the covers of numbers 2, 5 and 17 being the most notorious.

In the “retouching” chapter, a procedure typical of all the photographic houses, we must add to the “embellishing” intention the disguising of the features of airplanes and tanks, being the covers of numbers 4, 8 and 10 of 1940, and number 3 of 1941 the most in evidence.

Updating in March 21, 2010: by courtesy of Dinis Fonseca, I’m aqble to replace the image of the Stuttgarter for a good photo. Thanks, Dinis!

Augusto Mouta

02
Feb
10

SIGNALE: o livro / the book

(English version below)

O livro SIGNALE é uma raridade bibliográfica.

A sua edição apresenta aos investigadores diversos mistérios: por que razão foi impresso e quando? A quem se destinava, e como foi distribuído?

Antes de mais, SIGNALE é uma compilação global de artigos da SIGNAL e SIGNAL EXTRA, publicada antes do final da guerra. Antes dele, existiu um outro livro datado de 1942, GLÜCKHAFTE STRATEGIE, que apenas fez uma compilação parcial de artigos sobre a evolução militar dos acontecimentos anteriores à batalha de  Stalingrad.

Este livro foi editado em Berlim pela Deutscher Verlag, tem 278 páginas e um formato ligeiramente inferior à revista SIGNAL. Foi impresso com bom papel (excepto a capa) em finais de 1944, inícios de 1945. O título “signale” é o plural em alemão da palavra “signal”, e traduz.se por “sinais”. O frontispício reproduz parcialmente uma fotografia de Hitler a cores que tinha sido publicada no n.º 3 de 1944. O seu conteúdo muitíssimo ilustrado reúne diversos artigos publicados entre o número 1 de 1943 e o número 19 de 1944.

Existe neste livro um artigo que não tinha saído na SIGNAL, o que foi dedicado ao general Dietl. Reproduzo a primeira página deste artigo na galeria de imagens do livro.

Segundo Jeff Hanson, historiador americano que em 1978 dedicou à SIGNAL a sua tese de mestrado em Artes, este livro terá sido originado na decisão das autoridades alemãs de fechar a edição da SIGNAL no final do Verão de 1944, constituindo o livro uma espécie de “best of” da revista para os anos de 1943/ 44.

A decisão de interromper a maioria dos periódicos na Alemanha para concentrar todo o esforço na guerra foi tomada em Agosto de 1944, afectando a quase totalidade das publicações alemãs a partir de Setembro. Incluídas neste encerramento estiveram periódicos tão significativos como a DER ADLER e a DIE WEHRMACHT, entre muitos outros. No entanto, a SIGNAL não estava mencionada na ordem oficial de encerramento, pelo que a opinião de Hanson pode estar errada. A impressão da revista prosseguiu sem paragem para lá do mês de Setembro de 1944, até ao final do ano. Com efeito, há documentos que referem que grande parte das edições de 1945, os números 1 a 3, estavam já impressas e agrafadas em Dezembro de 1944.

O livro SIGNALE foi produzido em muito pequena quantidade, e a sua distribuição fez-se de forma quase confidencial. Em Janeiro de 1945, esteve à venda em algumas livrarias em Berlim, na Alemanha, mas a maior parte da edição foi para o estrangeiro. Encontrei cá em Portugal dois exemplares, e há notícias de ter aparecido em Espanha, na Suíça e na Suécia.

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The book SIGNALE is a bibliographic rarity.

It’s publishing presents to the investigators a few misteries: why was it printed and when? Tho whom was it destined, and how was it distributed?

SIGNALE is a compilation of SIGNAL and SIGNAL EXTRA pieces, published before the war’s end. Before it, another book, dated 1942 and titled GLÜCKHAFTE STRATEGIE, made a limited compilation of articles on the evolution of war events before the Stalingrad campaign.

This book was published by the Deutscher Verlag, had 278 pages and a format slightly smaller than SIGNAL. It was printed in good paper (except the cover) in late 1944, beginning 1945. The title “signale” is the german plural for “signal”, and translates in english as “signals”. In the inside there is a colour photo of Hitler taken from number 3 of 1944. It’s much illustrated content reunites many pieces published from number 1 of 1943 until number 19 of 1944.

In this book there is only one piece not originally in any SIGNAL number, dedicated to the General Dietl. It’s photo is in the image gallery.

According to Jeff Hanson, US historian that in 1978 dedicated to SIGNAL his Master in Arts thesis, this book could have originated in the decision by the german authorities to close down the printing of SIGNAL in the end of Summer 1944, this book being some sort of “best of” of the magazine for the years 1943/ 44.

The decision to interrupt the majority of the periodicals in Germany in order to concentrate all the effort in the war was taken in August 1944, affecting almost all the publications from September. Includeed in the titles closed were DER ADLER, DIE WEHRMACHT and DIE KRIEGSMARINE, among many others. However, SIGNAL was not mentioned in the official closing order, so Hanson’s opinion at the time might be wrong. The printing of SIGNAL went on after September 1944. There are documents that say that numbers 1 to 3 of 1945 were already printed by December 1944.

The book SIGNALE was printed in very low quantity, and it’s distribution was almost confidential. In January 1945, it was on sale on a few bookshops in Berlin, but most of de printing went abroad. I found two in Portugal, and there art news of it’s appearence in Spain, Sweden and Switzerland.

Em breve mais acerca deste tema

Augusto Mouta

01
Feb
10

SINAL e a censura / SIGNAL and the censorship

(English version below)

A revista SIGNAL foi, como todas as publicações durante o período do Estado Novo, visada por uma comissão de censura. Esta pouco trabalho teve, pois as orientações da revista quanto ao conteúdo haviam sido acordadas entre a legação alemã e as autoridades portuguesas previamente à sua distribuição. A redacção da SIGNAL/ SINAL viria a ser extremamente cautelosa, visando evitar obstáculos à distribuição da revista, e problemas como o surgido logo no primeiro número de 1940.

Neste número, o problema não foi o aspecto político da censura, mas a perspectiva “moral”, e especificamente a questão da representação do corpo.

A partir do “caso” criado com este número, a redacção passou a efectuar a “autocensura prévia” na sua edição para Portugal. A seguir, exemplos disso.

Fotos da linha de cima: capa do n.º 1 de 1940, e pág. 22 do mesmo número, edição alemã. Esta foi a página do escândalo. Trata-se duma fotografia inserida numa reportagem efectuada no atelier do escultor Thorak. Esta página foi cuidadosamente cortada dos exemplares deste número da SIGNAL. As colecções que têm este número habitualmente não têm a revista completa.

Seguidamente, apresento o caso da página “social” do n.º 21 de 1942. A SIGNAL tem na quase totalidade das edições  a imagem de uma rapariga a vestir-se, mas na edição SINAL para Portugal essa fotografia é substituída por outra que a mostra a trabalhar numa máquina de costura… Nas imagens da segunda fila, em anexo, a edição holandesa SIGNAAL e a portuguesa SINAL.

Por último, outro exemplo da SINAL n.º 15 de 1943. Na terceira fila podemos ver uma fotografia a cores duma rapariga na praia, presente na quase totalidade das edições da SIGNAL, que foi substituída na edição portuguesa por outra que mostra a entronização do arcebispo de Bamberg… curiosamente, a cidade onde o staff da SIGNAL viria a ser capturado no final da guerra por tropas dos EUA.

PS: a foto de Bamberg também está presente na edição espanhola

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The SIGNAL magazine, as all the publications in Portugal during the period of the Estado Novo, was checked by a Censorship Comitee. This one had little work with SIGNAL, because the editorial guidelines about the content were settled between the German Legation and the portuguese authorities, previously to its distribution. The SIGNAL / SINAL staff would be extremely cautious, wanting to avoid any obstacles to the distribution of the magazine, and problems like the one that arose with the first number of 1940.

In this number, the problem was not the political side of the censorship, but the moral perspective, speciphically the question of the representation of the feminin body.

From this case on, the editorial staff was more in the “previus self censorship” mode in it’s portuguese edition. On image, examples of this.

Images of first row, cover o number 1, April 1940, and page 22 of german edition. This was the scandal photo. It’s taken in Thorak’s working room. This page was carefully excised from the magazines.The collections that have this number usually don’t have this page.

Secondly, the case of the “social” article from number 21 of 1942. SIGNAL has on the majority of the editions a photo of a girl dressing, but in SINAL that photo is replaced by another that shows the girl working on a sewing machine. The images show the photo on the dutch edition SIGNAAL and the portuguese SINAL.

Last, another example from SINAL number 15 of 1943. On the third row we may see the foto in colour of a girl on the beach, present in almost all the editions of SIGNAL, replaced in portuguese SINAL by another showing the bishop of Bamberg… curiously the city where the staff of SIGNAL was captured at war’s end by US military personnel.

PS: The Bamberg photo is also present in the spanish edition.

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Em breve, mais sobre este tema.

Augusto Mouta

28
Jan
10

SINAL, edição portuguesa da SIGNAL

O INÍCIO DA EDIÇÃO EM PORTUGUÊS: JUNHO DE 1941

A revista SIGNAL iniciou a sua publicação em Abril de 1940, editada sob a responsabilidade directa da Deutscher Verlag como edição especial do periódico “Berliner Illustrierte Zeitung”. Esta publicação começou com quatro línguas distintas e outras tantas edições. Com a continuação da guerra, e a necessidade de atingir directamente públicos cada vez mais vastos e exigentes com a sua propaganda, os alemães decidiram produzir edições num número crescente de línguas. Entre estas, uma edição em português cujo primeiro número foi o 12 de 1941, correspondente à segunda quinzena de Junho desse ano.

A cada edição foi atribuído um código próprio, por ex. alemã D, inglesa E, francesa F, italiana D/I e I, etc. No caso da edição portuguesa, o código atribuído foi “Po”, abreviatura da palavra alemã “Portugiesisch”, aposto no canto superior esquerdo da capa da revista.

Este número (12/ 1941) viria a distinguir-se dos seguintes por ter sido impresso na Alemanha (Berlim, Kochstrasse), o que se constata pela referência “Printed in Germany”, a qualidade do papel e das tintas. Os números subsequentes da edição portuguesa até ao n.º 7 de 1944 viriam a ser impressos em Patris, na casa Curial-Archereau, a tal que viria também a imprimir a YANK, casa essa que no sistema de controlo alemão tinha o código DZ210. O conteúdo das revistas foi sempre preparado em Berlim na sede da Deutscher Verlag, e as matrizes enviadas para Paris para serem impressas. Por vezes, os tipógrafos deixaram por apagar pequenas referências escritas em alemão nas margens das páginas, que comprovam terem tido origem na Alemanha. A qualidade do papel das revistas foi sempre boa, e excelente no caso das páginas a cores, ao contrário de muitas revistas impressas na mesma casa. A Deutscher Verlag teve sempre o cuidado de manter a SINAL com a melhor qualidade de papel e de impressão possíveis.

O TÍTULO: SINAL

Por acordo com as autoridades portuguesas, a edição portuguesa da SIGNAL recebeu desde o seu início o título SINAL, que foi inserido nas revistas com os números 12 de 1941 ao 6 de 1944. A revista foi sempre editada em português, ao contrário de outras edições como a espanhola ou a italiana, que tiveram períodos de edição bilingue (ex.: italiano/ alemão ou espanhol/ alemão). Por razões de uniformização editorial,  a partir do n.º 7 de 1944 todas as edições incluindo a portuguesa passam a ter SIGNAL como título da revista. Assim, esse será também o título dos números de 1945 (1 e 4).

A EDIÇÃO EM PORTUGUÊS

A edição em português é constituída por 68 números, assim distribuídos:

1941: 12 ao 23/24. 1942: 1 ao 23/24. 1943: 1 ao 24. 1944: 1 ao 7.

1945: 1 e 4, mais o SIGNAL EXTRA n.º 6 (V2)

Os registos da Deutscher Verlag dão conta da impressão de exemplares em português ao longo de todo o ano de 1944, mas somente são conhecidos os números 1 a 7. Apesar da estatística mencionar a impressão de 13.000 exemplares de cada número do 8 ao 19 deste ano, até ao momento não apareceu nenhum destes.

ALGUMAS PARTICULARIDADES DA EDIÇÃO EM PORTUGUÊS

A partir do n.º 19 de 1942 a revista recebe artigos que são próprios a esta edição, que ocupam em média três a quatro páginas por número, com excepção dos números de 1945. Mais tarde daremos lista detalhada destes artigos reportando à edição-base, que é a alemã.

Ano a ano, as peculiaridades mais relevantes são as seguintes:

1941: O número 12 é produzido e impresso em Berlim, os seguintes produzidos em Berlim e impressos em Paris. Neste ano, grande parte da edição em Português é enviada para o Brasil, o que aconteceu pelo menos até ao mês de Dezembro. A partir da declaração de guerra da Alemanha aos Estados Unidos da América na sequência do ataque japonês a Pearl Harbor, os submarinos alemães passaram a bater as rotas comerciais das Américas e tornaram o tráfego marítimo quase impossível. O Brasil veio a declarar guerra à Alemanha em Setembro de 1943, enviando unidades militares terrestres e aéreas para combater na Itália. Assim, o ano de 1941 é mais difícil de encontrar do que os anos de 1942 e 1943, devido à distribuição para os dois países duma tiragem não muito elevada. A distribuição da SIGNAL em Portugal, que em final de 1940 pouco ultrapassa os 8.000 exemplares, vai apesar de tudo subindo ligeiramente.

1942: A partir do n.º 19, presença de artigos especificamente destinados à edição em português numa média de 3 a 4 páginas por número salvo excepções, até ao n.º 7 de 1944. A distribuição em Portugal estabiliza num número acima dos 10.000 exemplares.

1943: O número 8 deste ano não é conhecido completo. com efeito quatro das suas páginas foram cuidadosamente cortadas em todos os exemplares conhecidos. O artigo retirado parece ter sido “A mulher portuguesa de 1943”, cujo título aparece no sumário. Este artigo veio a surgir de novo no número 14 do mesmo ano, o que sugere ter existido alguma anomalia séria na primeira versão. Pelos vestígios existentes no n.º 8, a composição gráfica foi mantida, pelo que a “gralha” deve ter sido no texto. Segundo a PVDE, a distribuição da SINAL atinge neste ano os 15.000 exemplares. É também o ano em que a produção global da SIGNAL, considerando todos os locais onde era impresso, ultrapassa os 2.400.000 por número, certamente um dado muito significativo.

1944: Este ano é importante para a SIGNAL em português. Segundo informação do meu amigo Alexander Zoller, existem documentos internos da casa editora, a Deutscher Verlag, que dão conta da preocupação pela quebra de receitas registadas na venda da revista, em toda a Europa. As vendas da revista eram consideradas como o reflexo da influência da revista, e ajudavam a manter os custos controlados. Por razões comerciais a direcção da Deutscher Verlag decidiu avaliar a receptividade do público à edição da revista com novas e atractivas capas a cores. Paralelamente, seria também uma resposta ao surgimento da VICTORY (USA) e da introdução de cor nas páginas interiores da WAR IN PICTURES (Grã Bretanha). Assim, Portugal e Espanha foram escolhidos para ensaiar as novas capas devido à queda significativa das vendas nestes dois países. Como atrás se disse, segundo a PVDE eram distribuídos em Portugal nos anos de 1942 e 1943 cerca de 15.000 exemplares por número. Ora em 1944 estes números baixaram para quase metade, e a percentagem de exemplares vendidos comparativamente com os oferecidos ainda mais, reflectindo desinteresse do público. Assim, Portugal e a Espanha foram objecto desta experiência destinada a aumentar as vendas e a receptividade da revista, e devido a essa circunstância têm o privilégio de ter três números, os 4, 5 e 6, com capas a cores que não existem em mais parte alguma. No caso português, a Deutscher Verlag incorreu no custo adicional de manter o título SINAL, o que obrigava a preparar matrizes em duplicado. Estes números são muito procurados, em especial aqueles que têm uma estrela de 4 pontas inserida num círculo sob a numeração. Há quem diga que estas estrelas distinguem os números distribuídos na embaixada, mas pessoalmente duvido desta explicação. Conhecem-se com esta estrela os números 4, 5, 6 e 7. Na edição espanhola existem estrelas nestes e ainda no número 8. O número 7 chegou a Portugal com atraso relativamente ao resto da Europa. Segundo o meu amigo Sérgio Trémont, alfarrabista do Porto e coleccionador entusiasta da SIGNAL, ele próprio, muito jovem, comprou um exemplar num quiosque do Porto em Junho de 1944. Teoricamente, o número 7 deveria ter chegado a Portugal em Abril, mas tal não ocorreu. Os números seguintes, 8 a 19, não são conhecidos em português por razões que se ignoram. As estatísticas da Deutscher Verlag fazem menção da sua impressão em Berlim, local para onde foi transferida a impressão da edição em português após a queda de Paris, e até mencionam o número de exemplares impressos, 13.000 por número (!), mas não há nenhum registo até ao momento de terem aparecido. Existem diversas hipóteses explicativas, uma das quais sugere a impressão e imediata reciclagem das edições, outra aponta para a “fabricação” das estatísticas para efeitos internos ou externos. O facto é que se ignora o que terá ocorrido.

Fotografias dos números 4, 5 e 6 de 1944, edição Po.

1945: Apenas excepcionalmente viriam a ser referenciados exemplares em português de 1945: conhece-se a existência de dois exemplares do n.º 1, dois do n.º 4 e apenas um do SIGNAL EXTRA n.º 6. A impressão destes números é um mistério, pois nenhum deles foi localizado em Portugal. Durante a guerra, chegaram cá exemplares do n.º 1 em francês, do n.º 2 em alemão. Que eu saiba mais nenhum. A própria Esfera publicou no seu n.º 107 de 20 de Janeiro de 1945 uma tradução para português de um dos principais artigos da SIGNAL n.º 1/1945, sugerindo que se desconhecia que essa revista existisse em português. A própria data da publicação d’A ESFERA sugere que havia conhecimento desse conteúdo em 1944, o que vai de encontro a algumas teorias que dizem que os números 1, 2 e 3/ 1945 da SIGNAL foram de facto impressos em 1944. Quanto ao número 4 de 1945, existe a hipótese deste número ter sido preparado e impresso por razões estritamente internas aos mecanismos da propaganda, sem intenção de o distribuir. Existe um memorando datado de Fevereiro de 1945 que sugere a possibilidade da sua produção. O n.º 4 de 1945 foi produzido em quantidades mínimas em línguas cuja edição já havia sido interrompida. De qualquer modo, os exemplares em português de 1945 são duma raridade extrema, pois a respectiva tiragem não chegou aos 1.000.

Em breve mais acerca destes temas

Augusto Mouta

28
Jan
10

SIGNAL – as diferentes edições / the different editions

(English version below)

A revista SIGNAL teve o seu início de publicação em Abril de 1940, em quatro edições distribuídas por diversos países. Alemão, inglês, italiano e francês foram as quatro línguas originais. Seguiram-se as seguintes, com notação do código da edição e título próprio, diverso da edição-base (SIGNAL):

Abril de 1940: alemã (D), francesa (F), inglesa (E) e italiana (D/I, I)(SEGNALE)

Maio de 1940: dinamarquesa (Da) (SIGNALET)

Junho de 1940: holandesa (N, H) (SIGNAAL)

Agosto de 1940: norueguesa (N)

Janeiro de 1941: espanhola (D/ Sp, Sp)

Março de 1941: búlgara (B) (СигналЪ)

Abril de 1941: sueca (Sch) e húngara (D/ U, U)

Maio de 1941: romena (Ru) e croata (Kr)

Junho de 1941: portuguesa (Po) (SINAL), turca (Tü) e iraniana (Ir)

Julho de 1941: grega (Gr) (Σύνυημα)

Janeiro de 1942: finlandesa (Fi) (SIGNAALI)

Julho de 1942: eslovaca (Sl) (SIGNÁL) e sérvia (S) (Сигнал)

Setembro de 1942: russa (Rus, Rs. Em 1944, Ost) (Сигнал)

Outubro de 1942: árabe (Ar) (شال )

Agosto/ Setembro de 1944: polaca (P)

Fevereiro/ Março de 1945: edições para a estónia e a letónia (ambas sem confirmação, mas existem cópias parciais do n.º 4 de 1945 destas duas edições)

Pode considerar-se a russa desdobrada em duas pois nos últimos números de 1944 e de 1945 parte do conteúdo vinha ainda traduzido em Georgiano, Tatar, Tártaro da Crimeia, Arménio, e Azerbeijão (Azeri). A própria editora atribuiu códigos distintos a estas duas fases: “Rus” para a edição destinada aos russos, e “Ost” para um conjunto mais alargado de povos da antiga URSS.

Assim, se contarmos os códigos, incluindo as duas edições que ainda não tiveram confirmação apesar de existirem cópias parciais, são ao todo 26 edições em línguas diferentes. 

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SIGNAL magazine begun its publication in April 1940, in four different editions that were distributed in various countries. German, english french and italian were the original languages. The following languages were then added, with edition code and title if different from the base edition (german, SIGNAL):

April 1940: german (D), french (F), english (E) and italian (D/I, I)(SEGNALE)

May 1940: danish (Da) (SIGNALET)

June 1940: dutch (N, H) (SIGNAAL)

August 1940: norwegian (N)

January 1941: spanish (D/ Sp, Sp)

March 1941: bulgarian (B) (СигналЪ)

April 1941: swedish (Sch) and hungarian (D/ U, U)

May 1941: rumanian (Ru) and croat (Kr)

June 1941: portuguese (Po) (SINAL), turkish (Tü) and iranian (Ir)

July 1941: greek (Gr) (Σύνυημα)

January 1942: finnish (Fi) (SIGNAALI)

July 1942: slovakian (Sl) (SIGNÁL) and serbian (S) (Сигнал)

September 1942: russian (Rus, Rs. In 1944, Ost) (Сигнал)

October 1942: arabic (Ar) (شال )

August/ September 1944: polish (P)

February/ March 1945: editions in estonian and letish (both without plain confirmation, although there are partial xerocopies of the summaries of n. 4 of 1945 from both these editions)

The russian edition was in fact two editions, because in the last issues of 1944 and 1945 part of its content namely the summary went tranlated in Georgian, Tatar, Crimean Tatar (Crimean-Turkish), Armenian, and Azerbaijani (Azeri). Deutscher Verlag itself attributed different codes to these two distinct phases: “Rus” or “Rs” for the edition destined to russians, and “Ost” for the broader group of peoples of the former USSR.

So, if we count the codes, including the two for which we still don’t have confirmation, there are 26 different editions.

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Em breve mais acerca deste tema

Augusto Mouta

28
Jan
10

USA: YANK

A revista YANK é uma publicação única nos anais da guerra. Tendo tido o seu início em 1942, foi uma revista feita pelos soldados e para os soldados, que foi publicada, tal como a SIGNAL, em mais de 20 edições distintas.

Não é uma revista de propaganda nem um jornal oficial do Exército. Mais tarde incluiremos mensagens acerca das excelentes revistas da Força Aérea (AIR FORCE) e Marinha (OUR NAVY) dos EUA, pois são excelentes publicações. Mas a YANK será a publicação mais relevante e demonstrador da especificidade da democracia americana: nenhum outro país em guerra arriscou a produção dum “newspaper” no qual os soldados ironizam a sua situação relativamente ao pessoal “do quadro”, oficiais e sargentos, e se queixam da sua situação.

A YANK não é redigida e desenhada por um “staff” de propagandistas, mas por escritores, jornalistas, ilustradores e fotógrafos que na vida civil, antes da mobilização para a guerra, trabalhavam em jornais, em revistas e até no cinema. Ao terminar a guerra, e ao serem desmobilizados, estes homens voltaram às suas profissões, nas quais se notabilizaram. Alguns foram atingidos pela comissão do Senador McCarthy, outros prosseguiram as suas carreiras sem problemas desses.

Na selecção de edições ilustradas acima, encontra-se o 1º número, de 17 de Junho de 1942, na edição original. Seguidamente, exemplares da British Edition, feita na Grã Bretanha, uma Mediterranean Edition feita no Norte de África, uma Continental Edition, feita em Paris, pasme-se, na mesmíssima Curial Archereau que fazia a impressão da SIGNAL, com os mesmos papéis e tintas, uma DOWN UNDER feita na Austrália e uma Tokio Edition, feita brevemente em Tóquio entre o momento da chegada dos militares americanos de ocupação do Japão e o fim da revista, ocorrido em Dezembro de 1945.

Acima, um artigo da EM GUARDA dedicado à YANK e ao seu staff.

Note-se a presença da “pin up”, pelo menos uma por número.

As diferenças entre as edições foram muito significativas. A título de exemplo, a forma como três das principais edições, a USA, a British e a Continental, tratam a rendição da Alemanha. O número especial USA só sai em 25 de Maio, embora as outras duas edições tenham saído já em 18 de Maio, com capas infinitamente mais expressivas. Na foto, à esquerda as edições USA de 18 de Maio e a VE de 25 de Maio; no centro, as British Edition (Londres) de 18 de Maio Victory in Europe e a de 25 de Maio; à esquerda, a Continental Edition (Paris) de 18 de Maio Victory Edition. Nas duas últimas, a alegria da Vitória é compensada pela consciência do custo: a pintura da capa intitula-se “The last full measure of devotion”. Na edição USA, uma fotografia reduzidíssima de um soldado alemão a render-se, com legenda “Fade out”. Duas perspectivas totalmente diversas do mesmo evento!

A revista viria a terminar em Dezembro de 1945, através de uma carta de desmobilização assinada pelo punho de Eisenhower.

Loque que possível, mais acerca deste tema.

Augusto Mouta

28
Jan
10

USA: EM GUARDA

A propaganda dos Estados Unidos da América apoiou-se em serviços próprios que nunca tiveram a qualidade dos alemães e ingleses, e teve essencialmente dois momentos-chave, cada um deles associado a um suporte media : o primeiro, com a edição da revista EM GUARDA, ou EN GUARDIA na sua versão em espanhol, com o sugestivo subtítulo “PARA A DEFESA DAS AMÉRICAS”, destinada originalmente à América latina, mas distribuída igualmente em Portugal e Espanha. Após uma chuva de críticas, os EUA decidiram-se a dar o segundo passo, a edição da revista VICTORY com destino ao público da Europa.

Esta primeira mensagem respeita à revista EM GUARDA.

A publicação da revista EM GUARDA foi de facto iniciada em Abril de 1941, portanto antes da eclosão das hostilidades entre os EUA e o Japão, o que é significativo da ante-visão americana da guerra que estava para vir. O registo oficial foi feito por um bureau do governo americano em Filadélfia em 8 de Maio de 1941, data aproximada da publicação do n.º 1.

Esta revista teve desde o seu início vistosas capas a cores num estilo propagandístico ingénuo e pouco imaginativo. O conteúdo era de qualidade e elaboração muito baixo, apesar do peso significativo das fotografias, muitas delas a cores. O estilo gráfico era extremamente rígido.

Ao comparar-se com a SIGNAL que durante meses chegou sem problemas aos países destinatários, em particular o Brasil que a recebia desde 1940, e em português (SINAL) desde Junho de 1941, a EM GUARDA perdia em todos os campos.

Páginas interiores da EM GUARDA. Na da esquerda, a célebre foto que iniciou a polémica

Mas atenção: se estas características eram perfectíveis, a revista evoluiu rapidamente no aspecto do realismo da representação da guerra. Em breve a par de espectaculares fotos a cores, EM GUARDA passou a apresentar as duras realidades da guerra dum forma que não terá paralelo durante todo o conflito. Foi a primeira a publicar imagens chocantes de cadáveres de soldados em enquadramentos de guerra, não se coibindo mesmo quando alguns eram americanos. Publicou, ainda, fotografias de aviões americanos no momento de serem abatidos. Muitas destas fotos não seriam publicadas hoje por qualquer órgão de informação. A publicação da foto acima, que mostra os cadáveres de três marines abandonados numa qualquer praia do Pacífico, foi uma ousadia para a época, e causou um pequeno escândalo nos EUA que teve como repercussão o desencadear-se uma acesa polémica política e jornalística em torno do nível de realismo que seria expectável numa publicação que representava os EUA no exterior, tanto mais que até a VICTORY sair em 1943 era a única a chegar à Europa.

A equipa da EM GUARDA venceu esta batalha, e abriu o caminho a que publicações posteriores tivessem um elevado nível de realismo fotográfico. No entanto, ao nível dos meios de propaganda dos EUA continuaria a ser a única a fazê-lo. A sua congénere VICTORY, destinada ao público europeu, manteve a imagem que deu da guerra num nível quase asséptico, o que contribuiu para a sua depreciação por parte dos media americanos, como a LIFE, revista que escreveu que a considerava inferior à SIGNAL.

Em breve mais acerca deste tema.

Augusto Mouta

25
Jan
10

Apresentação / Presentation

Olá

Este blog destina-se a divulgar aspectos relacionados com um dos meus interesses mais antigos, as revistas de propaganda produzidas pelos contendores da 2ª Guerra Mundial, com ênfase nas que foram distribuídas em Portugal, e muito em especial a revista alemã SIGNAL, ou SINAL na sua versão Portuguesa.

Estou presentemente envolvido na investigação e na colecção destas revistas e publicações, numa perspectiva que exclui todas e qualquer vertentes que não sejam estritamente a histórica e a preservação de documentos de época.

O conteúdo de todas as publicações deste período é ideologicamente orientado, qualquer que seja a sua origem e forma, pelo que faço questão de salientar o meu desapego a toda a mensagem nelas contida. Esta prevenção aplica-se em especial às que veiculam a propaganda dos estados totalitários, designadamente a Alemanha nacional-socialista, a Itália fascista e o Portugal corporativista.

À medida que o meu tempo permita, irei acrescentando novos dados, galerias de imagens e artigos específicos, de forma a contribuir para o enriquecimento da informação acerca deste aspecto tão interessante da História do nosso Mundo.

Estarei pessoalmente contactável através deste email: augusto.mouta@sapo.pt

As imagens: 1. O primeiro número da SIGNAL, de Abril de 1940, edição em francês. 2. O número n.º 23/24 de Dezembro de 1942, edição em português. 3. O n.º 4 de Março de 1945, último (e raríssimo) em português . 4. O número 11/12 de Dezembro de 1943, edição em russo. 5. O magnífico livro SIGNALE, compilação de Janeiro de 1945. 6. O raríssimo SIGNAL EXTRA n.º 6 dedicado à V2, em português.

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Hello

This blog is centered on one of my oldest interests, the propaganda magazines made by the warrying factions of WW2, with focus on those distributed in Portugal, especially the german magazine SIGNAL, or SINAL in its Portuguese version.

I’m engaged in the investigation and colection of these magazines and publications, in a perspective that excludes everything that isn’t strictly historical interest and the preservation of epoch documents.

The contents of all the publications of the period (1939-1945) is ideologically oriented propaganda, whatever the origin or format, so I state my distance from all the message in them. This is especially true regarding those that contain the propaganda of the totalitarian states, namely nazi Germany, fascist Italy and corporativist Portugal.

As time permits, I’ll add new data, image galleries and specific articles, so as to contribute to the information about this so interesting aspect iof the History of our world.

I’ll be reachable though this email: augusto.mouta@sapo.pt

The images: 1. The first number of SIGNAL, Abril 1940, edition in french. 2. Number 23/24 December 1942, edition in portuguese. 3. The last (and exceedingly rare) edition in portuguese, number 4, March 1945. 4. Number 11/12  December 1943, edition in russian. 5. The magnificent book SIGNALE, compilationfrom January 1945. 6. The SIGNAL EXTRA n.º 6 dedicated to the V2, extremely rare in portuguese.

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Salut

Ce blog est orienté vers un de mes plus anciens interêts, les magazines de propagande produits par les adversaires de la 2ème GM, spécialement celles qu’ont été distribuées au Portugal, et en particulier le magazine SIGNAL, ou SINAL dans sa version en Portugais.

Je suis engagé dans l’investigation et la collection de ces magazines et publications, dans une perspective qui exclut tout qui ne soit strictement historique et de préservation de documentation d’époque.

Le contenu de toutes les publications de cette période (1939-1945) est propagande idéologiquement orientée, quelle que soit l’origine et le format, donc je fais question de affirmer ma distance à toute message contenue en elles. Cette prévention s’applique tout spécialement à celles que véhiculent la propagande dês états totalitaires, dont l’Allemagne nazie, l’Italie fasciste et le Portugal corporativiste.Le temps permettant, j’irai en ajoutant de nouvelles données, des galleries d’images et des articles spécifiques, contribuant de cette façon à l’enrichissement de l’information disponible sur cet aspect si intéressant de l’Histoire de notre Monde.

Je suis contactabe personnellement par cet email: augusto.mouta@sapo.pt

Les images: 1. Le premier numéro de SIGNAL, d’Avril 1940, edition en français. 2. Le numéro 23/24 de Décembre 1942, edition en portugais. 3. La dernière (et rarissime)  édition en portugais, le numéro 4 de Mars 1945. 4. Le numéro 11/12 de Décembre 1943, edition en russe. 5. Le magnifique livre SIGNALE, compilation de Janvier 1945. 6. Le SIGNAL EXTRA n.º 6 dédié à la V2, rarissime en portugais.

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Ainda, vai haver em breve mais páginas relativas a outros interesses, sendo a próxima destinada à colecção dos “Vitórias”, como eram conhecidos os cromos dos rebuçados Vitória. Havia os Zoológicos, os Históricos e os Ases da Bola. Daremos atenção detalhada a todos.

Augusto Mouta